No próximo dia 25 de março, o coronel Sílvio Benedito viverá um dos momentos mais importantes de sua carreira militar, e também, de sua vida. Ele assumirá o comando da Polícia Militar do Estado de Goiás. Filho de um soldado da corporação, o novo líder está na entidade há 27 anos e já chefiou vários grupos especiais e batalhões.
Em entrevista ao Programa Clube da Notícia, da Rádio 730, na manhã desta sexta-feira (22), o coronel revelou quais serão suas principais atitudes e metas à frente da Polícia Militar. O comandante diz que valorizará os grupos especiais da corporação, especialmente a ROTAM, que segundo ele retornará às ruas em breve, inclusive no período noturno.
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Proximidade com o cidadão e jogo duro com os bandidos. Esta é a forma que o coronel entende como ideal para sua gestão. “Eu gosto que o policial trate bem o cidadão, pois ele tem que ser o guardião da sociedade,” discursa. De acordo com Silvio, é a comunidade quem conhece a região onde vive, então não existe fonte melhor para a corporação, que próprios os moradores.
Em relação ao trato com os infratores, promete pulso firme. “Com bandido não tem meio termo,” defende. O coronel cita que quando dirigiu o 2º Comando Regional da Polícia Militar (CRPM), em Aparecida de Goiânia, bateu recordes em número de flagrantes na cidade, além de criar dois grandes programas, o Bom Dia Cidadão e o Cidade Segura.
Silvio Benedito é mais um crítico do Código Penal brasileiro. O comandante da PM qualifica a legislação como arcaica e entende que não funciona. “Quem erra tem que ser detido, pagar a pena, socializar e sair. Caso erre novamente, tem que pagar outra vez,” afirma.
O coronel critica o fato de a Polícia Militar prender um mesmo indivíduo diversas vezes. “Algumas vezes o policial nem terminou de fazer o boletim de ocorrência e o criminoso já pagou a fiança e está indo embora pra casa,” ironiza.
Relação com direitos humanos
Apesar de garantir que não tem dificuldade de relacionamento com nenhuma outra entidade, Sílvio mostra certa mágoa quanto aos defensores dos direitos humanos em Goiás. O comandante da PM defende que os órgãos de defesa dos direitos humanos também atue em favor dos militares, que são mais de 12 mil no Estado.
O coronel conta a história de um soldado, de 21 anos, arrimo de família, que morreu na porta de uma escola no Conjunto Cruzeiro do Sul. “Eu liguei para a comissão dos direitos humanos para que alguém apoiasse a família dele que ficou desamparada. Nunca fizeram sequer uma ligação,” ressalta.