O novo presidente do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, tomou posse nesta quinta-feira (21) em uma cerimônia discreta. O mandatário já trabalha com o desafio de enfrentar a crise econômica, agravada por causa da pandemia, como explica o professor de História e Geopolítica, Norberto Salomão, do podcast Sagres Internacional, no Sagres Em Tom Maior #555.

Confira a seguir:

”O Sri Lanka vive a pior crise econômica desde 1948, quando a região se tornou independente. Uma região muito bonita, há coisas maravilhosas como cachoeiras, paisagens espetaculares, mas a Covid-19 em 2020 atrapalhou bem esse processo”, esclarece.

A crise instalada no Sri Lanka, que chegou a ser um dos temas da edição 168 do Sagres Internacional, fez com que o antecessor de Wickremesinghe, Gotabaya Rajapaksa, irmão de Mahinda Rajapaksa, não conseguisse pagar a dívida bilionária do país.

”Isso faz com que não haja recursos para pagar as dívidas, as despesas do Estado, somadas às denúncias de corrupção contra os irmãos [Gotabaya Rajapaksa e Mahinda Rajapaksa]”, contextualiza.

Wickremesinghe tem agora nas mãos um país praticamente falido, e que negocia um plano de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Neste cenário, o 22 milhões de habitantes do país enfrentam escassez de alimentos, combustível e remédios.

”Soma-se à crise a má gestão dos recursos públicos, a falta de entrada de divisas em dólares, o default ou calote que o Sri Lanka dá em US$ 51 bilhões de sua dívida externa, e essa política agrícola mal conduzida gera uma revolta ainda maior que é a falta de alimentos, de energia e recursos, e o povo foi à loucura”, afirma.