A pandemia e as mudanças no comportamento influenciaram a vida de todo mundo. Pessoas utilizando menos veículos próprios, pedindo comida em casa, fazendo compras pela internet. Com isso, empresas responsáveis pela construção de novos empreendimentos também se adaptaram. É o que explica o arquiteto e urbanista Paulo Renato Alves em entrevista à Sagres TV nesta sexta-feira (19).
“Não se pensava, há alguns anos, em ter um espaço para embarque e desembarque nos prédios. Hoje é fundamental, porque as pessoas passaram a ser transportadas por carona, seja de aplicativo ou transporte alternativo. Outra coisa que se tornou muito latente nos novos empreendimentos são espaços destinados a recebimento de mercadorias. Antes, você saía para fazer compras, mas hoje a pessoa compra tudo pela internet”, afirma.
Mesmo estando em casa, por causa do isolamento social, a realidade de moradores de condomínios verticais e horizontais também precisou mudar, como é o caso do recebimento de encomendas.
“Imagine para quem tem uma assinatura de vinhos, por exemplo, e 15h chega uma caixa com garrafas de vinhos. Como fazer? Hoje em dia o porteiro não guarda isso mais debaixo da bancada dele, então tem que ter um espaço para guardar isso”, afirma. “Os empreendimentos já estão começando agora, quem projeta empreendimento imobiliário, a criar espaços no térreo para armazenamento de compras”, afirma.
E na hora de escolher um imóvel, é com ou sem garagem? Por conta das mudanças na forma como as pessoas se deslocam, muitas vezes sem um carro próprio ou por transporte alternativo, ter um automóvel pode não ser essencial.
“Já imaginou comprar um apartamento 25 metros quadrados maior, ou pagar menos pelo mesmo espaço? Outro ponto é construir subsolos para estacionamento. Isso prejudica o lençol freático, a drenagem urbana. Isso a gente defende que tem de ser uma escolha do consumidor”, pontua Paulo Renato Alves.
Confira a entrevista na íntegra a seguir