Já estamos no final de 2012. Você já parou para fazer um balanço da sua vida ao longo deste ano? Bem! Espero que essa avaliação seja positiva, pois para a indústria goiana foi. 2012 é um ano que ficará na cabeça de muita gente neste setor. Eu explico: Goiás é destaque na produção industrial. No mês de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez levantamento em 14 estados e Goiás liderou o crescimento industrial com 10,3%. Você pensa que é pouco? No acumulado do ano a indústria goiana cresceu 5,3% e nos últimos 12 meses, aproximadamente 7%. Mas o que levou um estado emergente como Goiás a apresentar números tão expressivos? Qual o reflexo deste quadro na sua vida?

Para o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, os bons números goianos passam pela expansão do mercado interno consumidor. “Nos últimos dez anos o mercado interno brasileiro recebeu R$ 40 milhões de novos consumidores que é a nova classe média que saiu da situação de pobreza e está espalhada por todo o país e em Goiás também. E isso significa que nós vamos ter com toda certeza um novo polo industrial no centro do país. Goiás está localizado bem no coração do Brasil então do ponto de vista geográfico é uma posição ideal para se tornar um grande centro de produção. As empresas que estão chegando vê em Goiás um lugar muito atraente para implantar suas instalações industriais. Esse crescimento de Goiás deve repetir nos próximos anos”, explicou.

Os atuais números da indústria goiana não são bons por acaso. Existe uma explicação histórica. São frutos de uma evolução. O começo foi com o desenvolvimento de programas de incentivos fiscais. Nos anos 80, o Fomentar. A partir do ano 2000, o Produzir. O superintendente deste programa, Wellington Matos de Lima, argumenta que Goiás é um estado privilegiado no setor industrial por diversas razões. Ele lembra que as ações governamentais foram os primeiros passos para o sucesso. “Nós somos privilegiados em termo de infraestrutura logística de proximidade da matéria prima de proximidade a um mercado consumidor bastante amplo e de rotas estratégicas de saída de escoamento de produção, mas principalmente pela nossa política de incentivos e benefícios fiscais. Com o Fomentar em 85, nós já conseguimos atrair grandes empresas inicialmente da agroindústria para o nosso Estado isso veio evoluindo até o ano de 2000 onde com o programa Produzir intensificamos essa tração de investimentos e já diversificando o nosso polo industrial”, informou.

O Fomentar e o Produzir sem dúvida colaboraram com a evolução da indústria goiana. No entanto, para que o setor continue a crescer de maneira sólida, consistente, é preciso que problemas sejam corrigidos. O superintendente do Produzir Wellington Matos aponta que a próxima etapa será diminuir a burocracia. “Nós estamos trabalhando principalmente na desburocratização do programa, vamos reduzir uma série de itens que hoje estão travando o Produzir e esperamos que até o final do ano essa legislação seja apresentada a Assembleia para a aprovação. O tramite interno, por exemplo, entre secretarias, nós estamos delimitando as competências entre secretaria de indústria e comércio, da fazenda, meio ambiente e Goiás Fomento delimitando as atribuições para que não haja sobreposição de atividades”, justificou.

A questão dos incentivos fiscais é apenas um ponto desta evolução industrial que reflete nos atuais números do setor. Existem outros pontos que precisam ser resolvidas, entre elas a mão de obra qualificada e a infraestrutura, como destaca o coordenador técnico da Federação das Indústrias de Goiás (FIEG), Wellington Vieira. “Goiás é um dos estados onde o Senai tem maior proximidade com a indústria e isso é muito importante na preparação de mão-de-obra. Já que somos um Estado tradicionalmente agrícola, não há uma consciência ainda de trabalhar na indústria. A indústria tem média salarial melhor do que os outros setores requer trabalhadores de alto nível, agora nós temos uma questão, a nossa infraestrutura deu um salto e paralisou novamente. Então nós já estamos com um problema sério de infraestrutura”, ressaltou.

Uma pergunta é importante. O que a evolução da indústria goiana, mostrada em bons números a nível nacional tem a ver com a sua vida? Quem responde a você é outro Wellington. O economista Wellington Rodrigues, descreve o que este quadro apontado reflete na prática. “O reflexo do crescimento na prática é que você tem mais geração de emprego, de impostos, um estado mais forte, uma condição de indústria mais saudável naturalmente uma ampliação das condições do comércio mais forte, o setor de serviço mais dinâmico que favorece todo conjunto da economia”, salientou.
Uma indústria local forte pode possibilitar a redução de preços. Ou seja, pode ficar mais barato pra você comprar muitas coisas no seu dia a dia.

Com informações do Repórter Samuel Straioto e Produção de Laila Melo.