As mudanças no mundo têm impacto direto sobre nosso comportamento e, por conta desse período de isolamento e readaptação da rotina, é comum que tenhamos sentimentos alterados. Junto aos crescentes casos de contágio e as reforçadas medidas de prevenção, nossa saúde mental e emocional também estão em pauta. Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, o nutrólogo Weder Willian, esclarece como o isolamento social pode afetar sua relação com a comida.

O período de pandemia é uma situação atípica e inusitada, que impacta diretamente as reações emocionais das pessoas. Muitas estão mais ansiosas, preocupadas e com medo por não haver perspectivas de quando essa situação irá acabar. Segundo o psiquiatra Eduardo Aliende Perin, de São Paulo, um estudo recente do Hospital Universitário de Barcelona, na Espanha, mostrou que 38% dos pacientes relataram piora dos seus sintomas alimentares durante o confinamento e 56% relataram aumento da ansiedade e estresse, elevando o risco de “beliscar” alimentos o dia todo.

“Distúrbios alimentares é quando a sua alimentação não está de acordo com o que o seu organismo está precisando, é quando você sobrecarrega esse organismo, de alguma maneira, seja na deficiência ou seja no super condicionamento. Quando o processo de saúde, que necessita dos nutrientes alimentares, não está adequado a ele, a gente chama de distúrbio do alimento”, afirma o nutrólogo.

Conforme informado, muitas pessoas que estão em isolamento podem passar a ter uma autoimagem prejudicada, um importante fator de risco para transtornos alimentares e, assim, passam a desenvolver transtorno alimentar. De outra maneira, lidar com a solidão do confinamento pode fazer com que o indivíduo, que já tinha um diagnóstico, desenvolver uma exacerbação do quadro.

“Distúrbio alimentar não é necessariamente uma doença. Muitas vezes, o estilo de vida pode gerar um processo de desiquilibrio alimentar da pessoa”, afirma, e complementa que em tempos de pandemia, a situação pode piorar, o que é normal. “Com o mundo de cabeça para baixo, é normal gerar desequilíbrios alimentares envolvidos com o nosso processo de ansiedade.”

Assista à entrevista na íntegra