Após vitória diante do Fluminense, na quarta, 5, em sua costumeira entrevista, o presidente do Atlético, Ádson Batista falou sobre a arbitragem do jogo, comandada pelo gaúcho Anderson Daronco. Lembrou das faltas invertidas, de falta de critério na aplicação dos cartões, de atitudes desnecessárias e não recomendadas para um árbitro.
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O que o Ádson Batista falou, eu havia falado na transmissão do Sistema Sagres de Comunicação. Como sempre faço, em todos os jogos que comento, anotei todos os lances que me chamaram atenção.
O primeiro, logo a um minuto de jogo, foi o pênalti marcado a favor do Fluminense. Paulo Henrique Ganso recebe a bola na área, quando vai finalizar, Willian Maranhão chega travando a bola. Para alcançar a bola, o volante atleticano levanta o pé e desce, travando o chute. Anderson Daronco é chamado pelo árbitro de vídeo, o também gaúcho, Daniel Nobre Bins e confirma a penalidade.
Os dois chegaram à conclusão que houve irregularidade na ação de Willian Maranhão. Jhon Árias cobra e faz 1×0 para o Fluminense. O Fluminense fez 2×0 com Gérman Canu, aos 36 minutos. Aos 42 acontece o primeiro gol atleticano. Pênalti sofrido pelo zagueiro Lucas Gazal. Diego Churín pega a bola e coloca na marca da cal. Aí veio uma atitude desnecessária e inexplicável.
Com o jogador do Atlético posicionado para cobrar, o árbitro inicia um “conversê” com jogadores de Fluminense e Atlético sobre o posicionamento nas proximidades da área e meia lua. Naturalmente todos os jogadores profissionais (e até os peladeiros) sabem que não podem pisar dentro da área antes do batedor do pênalti tocar na bola.
Todo este universo citado também sabe que só pode ficar no interior da meia lua da grande área o batedor do pênalti. Ali é um espaço que ele pode ocupar para manter a concentração para o chute – mas Daronco achou oportuno explicar o já conhecido por todos tim-tim por tim-tim.
Aquela conversa toda poderia ter tirado a concentração do batedor atleticano, a demora na autorização também. Não posso dizer que foram estas as intenções (adivinhar intensão humana não é tarefa para simples mortais), mas que foi estranho e desnecessário, foi.
Churín não deu bola para as cenas da arbitragem, se manteve concentrado e marcou o gol. O primeiro tempo terminou assim.
Veio o segundo tempo. Aos 16 minutos um lance absolutamente semelhante ao do pênalti marcado a favor do Fluminense: Léo Pereira dribla seu marcador, invade a área, deixando para trás o zagueiro Lino.
No momento em que, de frente para o gol, o atacante vai finalizar, Lino utiliza do único recurso possível, passa o pé por cima e trava o chute do jogador atleticano, deitando sobre o frágil Léo Pereira, seu corpo forte que beira a dois metros de altura. Um lance de muito mais força e com uma travada semelhante a do Willian Maranhão, com Paulo Henrique Ganso, quando foi marcado o pênalti.
Por mais que os jogadores do Atlético insistiram, Anderson Daronco não consultou o VAR e o árbitro de vídeo, Daniel Nobre Bins também não o chamou. Dois pesos diferentes. A camisa mais pesada teve peso maior.
Ainda no primeiro tempo, Lino divide uma bola com Diego Churín: os dois grandalhões ficaram no gramado – ambos precisaram do atendimento médico. Na sequência, Churín recebe uma bola de costas para o zagueiro do Fluminense, que vai com os dois pés, nos tornozelos do atacante atleticano.
Falta para cartão e Daronco não tomou a providência. Aplicou três cartões amarelos para jogadores do Atlético: Léo Pereira, Gabriel Baralhas e Jéfferson. O dado ao Jéfferson foi mal aplicado. O gol de empate do Atlético foi marcado pelo volante Gabriel Baralhas aos 30 minutos do segundo tempo.
Até lá, todos os lances em que parava o jogo e nos de escanteios, Anderson Daronco gastava muito tempo na reprise do “conversê”, cuja única necessidade era manter a partida parada, truncar o jogo, esfriar o jogo. Após o empate atleticano isto diminuiu. Acabou após os 44 minutos, quando Marlon Freitas fez o gol da virada do Atlético. A partir deste momento Daronco não travou mais o jogo.
Foi neste período, já nos acréscimos, que Léo Pereira recebe uma bola lançada pela defesa, com o time do Fluminense todo na área atleticana. Veloz o atacante dispara da defesa para o ataque seguido pelo zagueiro Lino. Ao entrar na área, frente a frente com o goleiro Fábio, Lino dá uma entrada por trás, com os dois pés acima da linha da bola. Falta. Falta dentro da área é Pênalti.
Daronco não marcou, o VAR não chamou. O jogador atleticano ficou caído na área, mas com a pressa que estava, Daronco não permitiu o atendimento médico. Parar o jogo significaria pressão para revisão do lance no vídeo e até um ganho de tempo para o Atlético que vencia a partida. Ao que parece estas duas coisas não interessavam ao árbitro.
O jogo terminou com a vitória do Atlético por 3×2. Na entrevista após a partida, Ádson foi corajoso e abordou o comportamento do árbitro gaúcho que apita com um escudo da FIFA no peito:
-“Se tivesse perdido o jogo, não falaria sobre isto. Iriam dizer que era choro de perdedor. Como o Atlético ganhou posso falar” – disse o presidente atleticano. E falou. Apelou por providências por parte da CBF, que é o que todos os desportistas com bom senso esperam que ocorra.