O principal assunto deste final de semana foi o caso “Ronaldinho Gaúcho” e o impasse na definição por parte do meia em qual clube jogaria na temporada 2011. Acabou que depois de tanta demora, Ronaldinho deixou a posição de “escolher” e acabou sendo escolhido com a irritação e desistência de Grêmio e o Palmeiras que se manifestaram de formas ofensivas, rancorosos e maravilhosamente transparente.

Vou deixar de lado o impasse da escolha e tentarei ir além. Por quê o lírico (sentimento) e o negócio sofrem para caminhar de mãos dadas no futebol? Há uma semana, Ronaldinho em uma boate em Porto Alegre cantou o hino do Grêmio e jurou amor eterno. Enquanto esteve na Europa, nunca escondeu o sentimento. Na hora de prova-lo, nenhuma virgula foi dita. Na entrevista coletiva, ele se referiu ao Grêmio como “Porto Alegre é minha casa”. Não era isso que o torcedor azul esperava. Palmeiras como o “Felipão” e o Flamengo como o “torcedor”.

Assis se tornou o grande vilão neste início de temporada. Demora racional e intencional ou loucura financeira. O certo que o caso virou uma torre de babel. O irmão e empresário de Ronaldinho se tornou referência da família ao dar luxo e assumindo o posto de chefe da família após a morte do pai. Diante de tudo isso, R10 seria um omisso em deixar toda a responsabilidade na mão do “pai”.

Jantares, acordos, brindes e um SIM no rosto para todas as propostas. Ronaldinho pouco se posicionou até agora, pelo menos diante dos microfones. Casa, amigo ou torcida: Qual será o destino real? Qual realmente será a escolha?

Vamos fazer o recorte para a nossa realidade: Como o Roni teve dificuldade ao voltar ao Vila Nova, assumindo a responsabilidade de tirar o time da lanterna e do rebaixamento da Série B 2010. Outro exemplo é o Harlei. Nunca escondeu o carinho que ele tem pelo Goiás, mas arca com esta responsabilidade.

Futebol é paixão, é emoção, é arte. E estes elementos são motores de uma usina que movimento bilhões e bilhões por ano com transações de jogadores, marketing e bilheteria. Na minha apresentação de monografia, o professor Lisandro Nogueira disse que o futebol era empírico e as estatísticas serviam para dar um tom científico ao esporte. Eu iria mais além. O negócio espetacularizou tudo e assiste de todos os ângulos a criação de heróis e vilões.

Agora se confirmar a ida ao Flamengo, espero que não vá a Porto Alegre porque a recepção não será nada calorosa.