O futebol se profissionalizou nas últimas décadas. Os jogadores, que jogavam por amor ao esporte, agora recebem altos salários, mas ao mesmo tempo são submetidos a uma grande carga de exigência. Para suportarem o trabalho são submetidos a rigorosos sistemas de treinamentos. Como no Brasil, é habitual jogar duas vezes por semanas, os atletas sofrem com o pouco tempo para recuperação.
Neste contexto, profissionais da educação física, da medicina e da fisiologia se reúnem em busca de soluções para manter os jogadores atuando no maior nível, pelo maior prazo possível. É aí que aparecem as medicações.
O fisioterapeuta do Atlético, Robson Porto, explica os motivos para o uso de energéticos e cafeína por parte dos jogadores. “O atleta de ponta hoje vive no limite de condicionamento físico e com uma constante sobrecarga. Esses estimulantes são dados para causar um efeito analgésico ou para um efeito estimulante, para que o jogador não sinta tanto o cansaço de jogos, treinos ou viagens anteriores durante as partidas.”
O profissional conta que no Atlético todas as decisões sobre o uso de medicação é tomada em conjunto por um corpo profissional, que além dele, conta com um médico (Doutor Rômulo Peixoto), um fisiologia (Caio Oliveira) e uma nutricionista (Marília Leal).
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Diretor da Evangélica acusa preparador físico de dopar jogadores
Caso Evangélica
Na semana passada, um caso chamou a atenção do futebol goiano. O diretor da Evangélica, Clóvis Santos, acusou o, até então preparador físico do clube, Marcelo Froeder, de dopar os jogadores na derrota para o Aparecida, por 5 a 0, pelo Campeonato Goiano da Terceira Divisão.
Em entrevista concedida a RÁDIO 730, o preparador físico se defendeu. Ele afirmou que deu energético e cafeína para os jogadores antes da partida e que isto deu um efeito contrário do que ele esperava e os jogadores tiveram sonolência durante o jogo.
Robson Porto, não acredita que houve ma fé do profissional. “Pelo que pude acompanhar, acho que foi um equívoco na dosagem da medicação. É preciso saber também se os jogadores estavam acostumados a usarem este medicamento. Qualquer mudança brusca pode causar transtornos,” alerta.
O fisioterapeuta fala do que pode acontecer, caso a cafeína seja ingerida em altas dosagens. “Uma super dosagem de cafeína pode gerar vários problemas como taquicardia, ansiedade ou, até mesmo, insônia e alucinações,” fala.