A notificação que obriga os policiais civis em greve a desocuparem o Plenário da Assembleia Legislativa não foi entregue aos dirigentes do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol) e União Goiana dos Policiais Civis (Ugopoci). De acordo com o oficial de justiça, Victor Gadelha, a determinação deve ser repassada aos líderes do movimento. “A notificação tem que ser feita na pessoa do presidente Silveira Alves (Sinpol) ou da Ugopoci, Ademar Luiz de Oliveira. Fiquei sabendo através dos agentes que eles não se encontram no recinto. Estão em uma reunião de negociação com o delegado geral da Polícia Civil , João Carlos Gorski. Vou cientificar o Judiciário do ocorrido, que eu não encontrei as devidas pessoas para realizar a notificação”, explicou o oficial.

A determinação judicial foi expedida por volta das 15 horas desta quarta-feira (20), mas somente às 19h27, o oficial de justiça chegou à Assembleia Legislativa com o documento.

Na determinação, a juíza Aline Vieira Tomás, em substituição na 1º Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, ordena que os grevistas deixem o Plenário após quatro horas da entrega da notificação. O texto ainda aponta que força policial poderá ser usada para a desocupação.

“Não pode a atividade do Poder Legislativo ser prejudicada por manifestações de qualquer natureza, externas ao mesmo, ainda que legítima sua intenção”, afirmou Aline Tomás.

Resistência

Ao saber, por meio das redes sociais e imprensa, que o documento foi protocolado pelo Poder Judiciário, o presidente da Ugopoci, Ademar Luiz de Oliveira, deixou claro que os grevistas irão continuar no local até serem atendidos em suas reivindicações.

“Foi decidido em uma assembleia da categoria há dois dias (segunda-feira, 18), que nós só sairemos daqui com uma contraproposta do governo,” disse.

De acordo com Ademar, os policiais civis não temem o uso da força da Polícia Militar para a reintegração de posse. Ele afirma que quem deve estar preocupado é o governo, que não cumpriu o que foi acordado.