Criança em escola de Idlib, na Síria, vítima de ataques. (Foto: Reprodução/ ONU)
O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, disse ao Conselho de Segurança esta sexta-feira que se está formando uma “tempestade perfeita” para um desastre humanitário na cidade síria de Idlib.
Vivem nesta cidade e nos seus arredores cerca de 3 milhões de pessoas.
Confrontos
O enviado especial destacou notícias sobre um aumento da presença militar das forças do governo e dos seus aliados. Segundo ele, “existe o grande perigo de que qualquer batalha por Idlib será horrível e sangrenta” e com “consequências humanitárias arrasadoras.”
De Mistura afirmou que “os esforços para combater o terrorismo não se podem sobrepor à lei internacional” e pediu que todas as partes encontrem uma forma para evitar uma tragédia.
Ajuda
O diretor do Escritório das Nações Unidas de Coordenação de Assuntos Humanitários em Nova Iorque, John Ging, também discurso no encontro.
O representante anunciou um plano das agências da ONU para ajudar cerca de 900 mil pessoas. Segundo ele, dos 3 milhões de pessoas que vivem na região, 2,1 milhões precisam de assistência humanitária. O número inclui 1,4 milhão de deslocados internos.
Apesar desta preparação, Ging afirmou que “o pior cenário, com milhões em fuga, ultrapassaria toda a capacidade de responder, independentemente de planos e financiamento.” Ele acredita que esta crise “tem o potencial de criar uma emergência humanitária de uma escala a que ainda não se assistiu” na Síria.
PMA
Esta sexta-feira, o Programa Mundial de Alimentos, PMA, afirmou que ajuda de emergência para centenas de milhares de pessoas está “pronta para distribuição”.
O porta-voz do PMA, Herve Verhoosel, explicou aos jornalistas, em Genebra, que a agência tem comida suficiente para 850 mil pessoas durante uma semana, mas que a “maior prioridade” deve ser acabar com o conflito.
Também esta sexta-feira, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, alertou que um aumento dos confrontos pode colocar 1 milhão de crianças em risco.
A diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “milhares de crianças em Idlib foram forçadas a deixar suas casas por várias vezes e vivem em abrigos improvisados, superlotados e com poucos alimentos, água e remédios.”
Na Síria, o ano escolar começou em 1 de setembro, mas muitas escolas ainda não funcionam. Quase 7 mil salas de aula precisam de reabilitação e faltam mais de 2,3 mil professores.
Cerca de 4 milhões de crianças em todo o país deviam ter voltado para a escola, mas 2 milhões não conseguiram.