Foi preso na manhã desta segunda-feira (28) em Goiânia, durante Operação Reis do Gado, da Polícia Federal (PF), José Edimar de Brito Miranda Júnior, irmão do governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB).

Além destes, foram presos também o secretário de infraestrutura, Sérgio Leão, o pai de Marcelo Miranda, Brito Miranda, e o ex-governador Siqueira Campos.

A operação visa à desarticulação de uma organização criminosa que atuava no Tocantins praticando crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro por meio da dissimulação e ocultação dos lucros ilícitos no patrimônio de membros da família do governador do Estado. De acordo com as investigações o grupo movimentou mais de R$ 200 milhões em lavagem de dinheiro. 

Cerca de 280 policiais federais participam da ação. Ao todo estão sendo cumpridos 108 mandados, sendo oito de prisão temporária, 24 de condução coercitiva e 76 de busca e apreensão na capital Palmas e em Araguaína no Tocantins, em Goiânia, Brasília-DF, Caraguatatuba-SP, Canaã dos Carajás, Redenção, Santa Maria, São Felix do Xingu e Sapucaia-PA. 

A investigação apontou um esquema de fraudes em contratos de licitações públicas com empresas de familiares e pessoas de confiança do governador do TO, que teria gerado prejuízo aos cofres públicos. Os policiais identificaram, até o momento, um montante de mais de 200 milhões de reais efetivamente lavados. 

A ocultação do dinheiro desviado era feita por meio de transações imobiliárias, contratos de gaveta e manobras fiscais ilegais dentre os quais a compra de fazendas e de grandes quantidades de gado. Parte do valor teve como destino a formação de caixa dois para campanhas realizadas no Estado. 

O que chamou a atenção dos policiais foi o volume de transações financeiras do grupo. Em um dos casos foi identificado um contrato de compra de gado cujo volume, segundo a perícia realizada, não caberia sequer dentro da propriedade onde pretensamente deveriam se encontrar o rebanho. Essa técnica foi apelidada pelos investigadores como “Gados de Papel”. 

Em outro caso, um contrato de prestação de serviços entre o governo e uma empresa de transportes aéreos alcançou valores tão exorbitantes que, se fossem dimensionadas em horas de voo, obrigariam os aviões a serem abastecidos no ar para que se pudesse suprir o valor integral do contrato. 

Os investigados deverão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, peculato, corrupção passiva, fraudes à licitação e organização criminosa. 

O nome da operação “Reis do gado” foi dado em razão dos principais investigados serem grandes pecuaristas no Estado do Pará e o gado era a destinação de grande parte do dinheiro desviado, onde se operava verdadeira lavagem de dinheiro. 

Com informações da PF