Na Assembleia Legislativa, a oposição não poupou críticas à suspensão do fornecimento de alimentos em oito hospitais públicos goianos nesta quarta-feira (23). A empresa responsável pelas refeições não recebeu cerca de R$ 10 milhões referentes ao serviço prestado e deixou de fornecer a alimentação. Na avaliação do deputado Mauro Rubem (PT), os problemas da saúde tem sido usados pelo Estado para justificar a intenção de transferência da gestão dos hospitais públicos.

“Isso prova a irresponsabilidade do secretário e o descaso do governador com a saúde do povo goiano. Eles querem empurrar a privatização da saúde e os trabalhadores passando fome nos hospitais”, protestou.

O deputado Wagner Siqueira (PMDB), também comentou a situação. “A imprensa noticiou a falta total de materiais e depois a falta de médicos e enfermeiros e agora falta até alimentação”, rememorou.

Já o deputado Luís César Bueno, também do PT, afirmou que pretende propor a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as questões relacionadas à saúde. “Vamos propor uma comissão de urgência pra tentar estabelecer um diálogo com o executivo para melhorar essa situação”, prometeu.

Burocracia

O deputado Hélio de Sousa (DEM), que é ex-secretário da saúde do estado de Goiás, rebateu os colegas de Assembleia e atribuiu o gargalos à burocracia dentro do órgão.

“Eu não tenho medo de dizer que o problema são as amarras que temos pra resolver as questões dentro da estrutura da Secretaria de Saúde. Você tem todas as condições de fazer o pagamento, mas não consegue viabilizar os processos. Nesse caso, impossibilitada a licitação, teve que se fazer um processo de urgência e o Tribunal de Contas não teve sensibilidade, gerando esse impasse”, argumentou.