A Companhia de Processamento de Dados do Município de Goiânia (Comdata) foi extinta, por lei, em janeiro de 2011, mas a empresa ainda sustenta uma folha de pagamento de mais de R$ 120 mil mensais, com 35 servidores.

A denúncia foi feita pelo vereado sem partido, Elias Vaz, no plenário da Câmara Municipal. Segundo levantamento do parlamentar, referente ao mês de agosto, foram encontrados 35 casos de servidores supostamente lotados na Comdata, que ainda existe, juridicamente, apenas para resolver pendências e finalizar o processo de liquidação iniciado há dois anos.

Na época, a lei que determinou sua extinção definia que todos os servidores do órgão deveriam ser, automaticamente, absorvidos pela Agência Municipal de Ciência e Tecnologia (Amtec) – hoje Secretaria (Setec) –, que substituiu a companhia.

Elias Vaz explica quais são as ilegalidade e imoralidades na manutenção dos pagamentos pela Companhia. “A empresa foi extinta há dois anos e meio. De fato, ela não existe mais, ela existe só no mundo jurídico. Foi nomeado um liquidante para fazer o processo do ativo e do passivo. No entanto, o que nós podemos verificar é que existem 37 cargos dentro da estrutura. Isto custa R$ 122 mil por mês. Na verdade, o procurador fez uma afirmação de que o conselho é uma obrigação legal, mas tem dois problemas aí. Primeiro, porque o conselho não precisa ser remunerada. Segundo, a quantidade de pessoas,” aponta.

Esta é apenas mais uma denúncia feita em relação à folha de pagamento da prefeitura. Há pouco mais um mês, foram verificados mais de 60 funcionários que recebiam salários acima do permitido pela Constituição, que é salário do prefeito de R$ 19 mil.
Elias Vaz defende que uma auditoria externa seja feita em toda a folha do município, que envolve mais de 50 mil funcionários. “Eu acho que o prefeito tem que tomar uma atitude. Ele tem que exonerar o que estiver excedente e manter apenas o que a formalidade exige. As pessoas que pertençam ao conselho não podem participar. Tem que ser realizada uma auditoria externa, para ter credibilidade,” defende.

Além de questionar a quantidade de servidores ainda lotados na antiga Comdata, o vereador aponta pelo menos 12 casos de pagamentos em duplicidade, em que servidores efetivos recebiam dois salários.