Depois da goleada por 5 x 0 sobre a Bolívia, o técnico Tite não escondeu a felicidade pela ótima atuação da Seleção Brasileira. O desempenho fez a torcida na Arena das Dunas, em Natal, gritar o nome do treinador.
“Fico muito feliz com o carinho que recebi. Muito obrigado mesmo. Agradeço de forma simples, mas sabendo que cada um de nós trabalhou. Não é ser falso humilde ou ostentoso. Fico contente porque me escolheram para gritar, mas poderia ser os fisioterapeutas, o departamento médico e físico, que foram determinantes para deixar a equipe leve e solta, como foi. Tivemos de ajustar todo o trabalho, pois teve atleta jogando na segunda, domingo, sábado, com oito horas de viagem, com sono diferente e isso faz toda diferença”.
O comandante valorizou a “maturidade” demonstrada pelos atletas em um duelo que o Brasil era favorito. “Fiquei feliz pela maturidade que a equipe teve. O clima era de já ganhou, mas isso tem de ficar lá fora, não pode ser nosso. Sabíamos o quanto é difícil construir. Conseguimos, com um treinamento tático, manter um padrão igual ao anterior.
Tite também comentou enalteceu o talento dos jogadores, explicando as opções táticas escolhidas antes do jogo. Além disso, fez questão de ressaltar o respeito pelo time boliviano.
“Imaginávamos que a Bolívia faria pressão alta, como fez contra o Chile. nós íamos correr o risco de perder a bola na saída, mas sabíamos também que, furando esse bloqueio inicial, iríamos oportunizar Gabriel, Neymar e Coutinho e jogadas rápidas e triangulação para chegar na cara do gol. Trabalhamos para, no último terço, os jogadores fazerem jogadas individuais, pois talento eles têm. Nós jogamos de forma objetiva, para procurar o gol e respeitar a Bolívia. Em nenhum momento jogamos para dar caneta, virar o rosto e tocar de lado”.
Orgulho
Tite também comentou a atuação de gala de Neymar e avaliou o desempenho da equipe em cada uma das etapas. “Orgulho de ter o primeiro tempo daquela forma, com pressão alta, sem deixar o adversário sair jogando. Não tomar gol gera confiança. São pequenos ajustes que vão acontecendo. Começamos o segundo tempo com três chances seguidas. Todas com o Neymar pela esquerda. Ele sofreu falta, ficou quieto. Procuramos esse equilíbrio”.
O comandante brasileiro também destacou a importância de “simplificar” a escalação, posicionando os atletas da forma como estão acostumados a jogar. “Tento observar. O Coutinho joga mais pela esquerda no Liverpool e adaptamos ele na direita. Coutinho tem aparecido pelo meio e procura equilibrar. O Willian é vertical, é flecha. Você tem o Coutinho armando, o Firmino faz esse atacante móvel. Tento estudar o que eles fazem nas equipes e trazer para a Seleção, sem inventar”.
O Brasil volta a campo às 21h30 de terça-feira, quando encara a Venezuela, em Mérida. A equipe canarinho não contará com Neymar, que recebeu o terceiro cartão amarelo e não acompanhará a delegação na viagem. Por outro lado, o volante Paulinho volta a ficar à disposição após cumprir suspensão. Com 18 pontos, os brasileiros ocupam a vice-liderança das Eliminatórias, um ponto abaixo do Uruguai.