O Dia Nacional do Doador de Sangue é comemorado nesta quarta-feira, 25 de novembro. Mas em 2020 a data é marcada pelos desafios que os hemocentros brasileiros enfrentam por causa da pandemia da Covid-19, que tem afastado doadores em todo o país com medo da disseminação do vírus. É o que atesta a diretora-geral da Hemorrede Pública de Goiás, Denise Goulart, em entrevista ao Sagres em Tom Maior #149.

“A pandemia afetou de forma significativa as atividades no Hemocentro, uma vez que a recomendação para a prevenção dessa doença é de justamente manter o isolamento social, evitar sair de casa. E o Hemocentro trabalha em uma linha contrária. Nós precisamos que as pessoas venham até o serviço, que elas façam sua doação de sangue e para isso as pessoas precisam estar em boas condições de saúde”, afirma.

Segundo a diretora-geral, novembro é o terceiro mês seguido de queda no número de doadores em Goiás. Já a demanda de bolsas de sangue subiu de 3 para 4 mil.

“O avanço da pandemia provocou um prejuízo muito grande no número de doações de sangue no Hemocentro. No início da pandemia nós adotamos algumas estratégias para se adaptar à realidade do isolamento social. Então levamos a unidade móvel aos condomínios e tivemos bastante êxito. Mas agora, com a reabertura do comércio, com a volta das atividades, principalmente das unidades de saúde em que os procedimentos eletivos voltaram a acontecer, nós tivemos um movimento ainda mais intenso aqui de queda no número de doadores. Pelo terceiro mês estamos com uma redução de 36% no número de doadores”, pontua.

A queda é ainda maior em nível nacional, uma redução de 50%. Para tentar mudar essa realidade em em plena pandemia, hemocentros de Goiás, Distrito Federal e de 13 estados brasileiros – Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo – se uniram na campanha “Somos todos do mesmo sangue”. A ação inédita vai até sábado (28)

Denise Goulart acrescenta que em Goiás a procura por sangue cresceu, principalmente no interior. Com a redução da demana, o setor enfrenta ainda um velho desafio: os mitos sobre a doação.

“As pessoas acham que uma vez doando sangue elas vão criar uma certa dependência, que sempre terão que doar para manter a saúde em dia. Algumas acham que vão ganhar ou perder peso. Outras acham que é um procedimento extremamente doloroso, que causa debilitação muito grande no doador. Na verdade, não é nada disso. É um procedimento simples, uma coleta de sangue como se fosse em um laboratório”, complementa.

Quem pode doar

​Os requisitos básicos para passar pela entrevista de pré-doação de sangue são: estar saudável, ter peso acima de 50 kg, apresentar documento com foto válido em todo o território nacional e idade entre 16 e 69 anos – antes de completar 18 anos, é necessária uma autorização dos pais ou responsáveis e, se acima de 60 anos, ter realizado pelo menos uma doação até essa idade. Quem tomou a vacina da febre amarela deve aguardar 30 dias para fazer uma doação. E quem se vacinou contra gripe deve aguardar 48 horas para doar.

Em caso de dúvidas, é só entrar em contato pelo telefone (62) 3201-4101

Confira a entrevista na íntegra no STM #149