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Rubens Salomão

Para Caiado, orçamento secreto provoca “deformação completa” do sistema

O governador reeleito de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), concedeu entrevista ao jornal Folha de S. Paulo em que justifica o apoio mais intenso dado a Jair Bolsonaro (PL) neste segundo turno, diferente da postura distante adotada em 2018 e após embates com o presidente, principalmente sobre a pandemia Covid-19. Segundo ele, as divergências são assunto superado depois de medir o “contexto global” da disputa contra o ex-presidente Lula.

“Você tem que analisar o todo. Você, por exemplo, coloca o problema da pandemia, um ponto de divergência. Vamos botar outros pontos. Eu fui o único governador no Brasil que conseguiu fazer a renegociação da dívida e entrar no regime de recuperação fiscal”, disse Caiado à Folha. O governador ainda avalia que “nunca teve um governo com tamanho volume de repasse aos governadores e prefeitos” como o governo Bolsonaro, mas reconhece que parte expressiva do dinheiro veio das emendas de relator, também chamadas de orçamento secreto.

“Quando eu fui deputado, senador, nós tínhamos irrisório R$ 1 milhão. Hoje as pessoas falam em meio bilhão de reais, R$ 400 milhões. Isso nunca existiu. Isso provoca uma deformação completa do sistema presidencialista”, critica. “Em relação ao orçamento secreto e às emendas impositivas, este é um assunto que cabe grande debate, sim. Qual é o sistema que nós temos no Brasil? É o presidencialista. Ou seja, quem tem que apresentar um projeto não é o deputado nem o senador, é o governador e o presidente”, define.

Foto: Caiado cumprimenta eleitores em colégio de Goiânia, no primeiro turno (Crédito: Rubens Salomão / SagresOn)

Funções

O governador completa que “não cabe ao Parlamento a seleção ou a indicação do que deve ser prioridade, se não estiver nas metas que o candidato propôs à população”. A propósito, a Polícia Federal efetivou duas prisões ontem no Maranhão em operação que apura um suposto esquema para desvio de verbas do orçamento secreto.

Voto seguro!

O governador afirma que nunca brigou com o resultado das eleições e que chama a urna eletrônica de “vossa excelência”, mas poupa Bolsonaro pelas ameaças golpistas e ataques ao sistema de votação atual. “Sinceramente, eu não vi ele contestar o resultado das urnas neste momento, no primeiro turno”, diz.

Vida que segue

Caiado ainda assegura que a relação dele com o governo federal em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não causaria nenhuma “intranquilidade”.

Classe

O ainda deputado federal José Mário Schreiner foi reeleito presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg), em votação realizada nesta sexta-feira, 14. Ele foi escolhido pela unanimidade dos 87 votos válidos da instituição, sem nenhum nulo ou branco.

Votos

A eleição aconteceu na sede da Faeg e, com a reeleição, José Mario vai conduzir a Faeg por mais quatro anos, quadriênio 2022/2026. Ele optou por não disputar a reeleição à Câmara Federal e apoiou a deputada eleita Marussa Boldrin.

Economia

A agropecuária de Goiás deve fechar o ano com recorde histórico neste ano chegando ao Valor Bruto de Produção (VBP) de R$ 106,3 bilhões. O indicador, revisado mensalmente pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), foi divulgado nesta semana. O novo relatório aponta estimativa de queda (-0,62%) para o VBP nacional e alta (+1,78%) para o estadual, em comparação com 2021.

Fatores

O resultado goiano foi puxado pelas lavouras de soja, cana-de-açúcar, batata inglesa e tomate, entre outros produtos. O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tiago Mendonça, comemorou. “O ano de 2022 vai se consolidando como um dos melhores da história do agronegócio em Goiás”, afirmou.

Troca

O Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) finalizou o recálculo do quociente eleitoral em Goiânia, referente às eleições de 2020 para vereador, e definiu que Paulo Magalhães (UB) e Professor Márcio (Cidadania) assumirão mandato na Câmara Municipal de Goiânia.

Recontagem

A nova conta foi feita por conta da cassação de toda a chapa do PRTB. O partido foi condenado por usar mulheres como laranjas para preencher a cota mínima de candidaturas femininas, o que também leva à cassação dos vereadores Santana Gomes e Bruno Diniz, eleitos pelo partido.

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