A admissibilidade do processo de impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), votada no último domingo (17) na Câmara Federal em Brasília, tem repercutido entre políticos goianos.
Durante solenidade no Hospital Araújo Jorge na manhã desta terça-feira (19), o governador Marconi Perillo (PSDB), em entrevista à repórter Mirelle Irene, da Rádio 730, afirma que a vitória da oposição na Câmara é uma resposta às manifestações que tomaram as ruas do país nos últimos meses.
“A população brasileira está absolutamente inquieta e cansada com as crises econômica, política e moral instaladas no Brasil. Acho que a decisão da Câmara é uma resposta à essa inquietude e ansiedade da população brasileira”, comenta. Sobre a sua opinião em relação ao impeachment, o governador foi evasivo: “Sempre evitei falar sobre esse assunto porque eu não voto. Essa não é uma decisão minha”, diz.
O tucano acredita que o resultado da votação do fim de semana vai determinar a análise do processo de impedimento por parte do Senado, que pode ou não acatar a decisão da Câmara pela destituição de Dilma. Ele ressalta ainda que alguns deputados mudaram o voto pouco antes do pleito em função das manifestações.
“Eu não tenho dúvida, até porque esse resultado da Câmara não foi dissociado do que pensa e espera a sociedade brasileira. Muitos candidatos mudaram de opinião de última hora por causa da pressão da população. Eu sei o quanto as redes sociais e a opinião pública interessam na decisão dos parlamentares”, afirma.
O placar da votação do impeachment foi de 367 favoráveis à destituição da presidente contra 137 que a apoiaram. Para o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela (PMDB), caso a petista saia do governo, a situação do país ainda permanecerá negativa.
“Não tem nenhum cenário bom. Com ela não seria bom, sem ela não será bom, o cenário é negativo. A gente não sabe o que vem pela frente. Nós todos, como brasileiros, temos que torcer pelo melhor, esse país precisa encontrar a calma, tranquilidade para poder se desenvolver, gerar empregos e assim por diante”, enumera.
Maguito destaca ainda ao repórter Jerônimo Junio, da 730, que Dilma Rousseff teve muita importância durante sua gestão à frente da cidade de Aparecida, mas admite que o atual momento político não é favorável à petista.
“Foi muito boa para Aparecida, ajudou bastante a cidade, nunca negou praticamente nada, tenho que ser grato à ela para o resto da vida, e não posso esconder isso. Agora, é lógico que o clima político no Brasil não lhe é favorável, nem nas ruas, nem no parlamento, e aí aconteceu esse impedimento”, ressalta.
Com informações dos repórteres Mirelle Irene e Jerônimo Junio.