Foto: Divulgação/MPGO
Um pastor, o filho dele, um escrivão da polícia e uma mulher foram denunciados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO). O grupo é suspeito de aplicar golpes em Caiapônia por meio de um esquema criminoso envolvendo uma espécie de pirâmide financeira.
Na acusação, a promotora Teresinha de Jesus Paula e Sousa relata que o pastor Gersil Caetano Rosa; seu filho, Fábio Gomes Caetano; o escrivão da Polícia Civil Adolfo de Freitas Filho e Patrícia Castro Bessa ofereciam promessa de lucro na negociação de barris de petróleo, por meio de investimento em uma empresa de fachada, denominada Fuel Age.
Segundo as investigações, o esquema teria arrecadado mais de R$ 500 mil, somando os “investimentos” feitos e o valor repassado como taxa de participação para cada atendimento a clientes R$ 120,00. As quantias investidas variavam, conforme as vítimas, de R$ 480,00 até R$ 22.940,00. Foram identificadas, até agora, mais de 30 vítimas, entre moradores de Caiapônia, de Jataí, Iporá, Doverlândia e até Barra do Garças, em Mato Grosso. Algumas delas foram cooptadas entre fiéis da igreja onde Gersil era pastor.
A denúncia do MP aponta que o religioso e seu filho pesquisaram o esquema de pirâmide financeira antes de arquitetarem o golpe, para o qual contaram com a ajuda de Adolfo e de Patrícia, fiel da igreja. Os dois últimos tinham como tarefa cooptar “investidores” para a Fuel Age. Para dar credibilidade ao esquema, os denunciados, detalha a promotora, utilizaram até mesmo as instalações da igreja para a realização de reuniões. Além disso, os acusados também faziam visitas às casas ou ao trabalho das pessoas. E chegaram a fazer encontros na Câmara de Vereadores tanto de Caiapônia quanto de Doverlândia, bem como a divulgação do suposto “investimento” em mídias diversas.
O repasse dos valores a título de investimento eram feitos a Fábio, que recebia os “investidores” em sua casa, entregando a eles uma senha para que pudessem acompanhar o lucro das aplicações. O grupo realizava, em média, 35 atendimentos por dia. Os acusados asseguravam aos clientes que “as aplicações que estavam realizando eram seguras e não precisavam ter receio algum, pois os lucros seriam garantidos”.
De acordo com a peça acusatória, após algumas aplicações, inúmeras vítimas procuraram os indiciados e tentaram resgatar o dinheiro investido. Contudo, os acusados sempre diziam que o site da empresa estaria com defeito e que os lucros seriam repassados brevemente. Passados mais alguns dias, o relato mudou: passaram a informar os investidores que a empresa tinha “quebrado” e que as quantias aplicadas não seriam resgatadas.
Por meio de nota, a Polícia Civil de Goiás informa que “existe procedimento disciplinar em andamento na Gerência de Correições e Disciplina da instituição para apurar o viés disciplinar das condutas imputadas ao servidor”.