A cidade escolheu o carro como veículo de locomoção e o fato foi forçado pelo transporte coletivo ruim e, agora, por fatores econômicos. A condição de vida das pessoas subiu e os juros caíram. Com a estabilidade, a pessoa pode planejar a médio e longo prazos. O resultado de tudo isso está nas ruas coalhadas de veículos. Mesmo prejudicando a todos, a ausência de mobilidade urbana está na cabeça de meia dúzia, não entre as maiores preocupações do goianiense.
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Para cuidar do trânsito, o prefeito Paulo Garcia importou Patrícia Veras, especialista que destravou diversas cidades. E está se saindo bem em Goiânia, apesar de alguns quererem que ela estivesse saindo de Goiânia.
Parece contraditório, mas a chiadeira de parte dos motoristas se concentra em decisões administrativas que melhoraram a vida da maioria. Um exemplo são os corredores exclusivos para ônibus. Já deu certo na Avenida Universitária e está se ajustando nos demais lugares. Durante entrevista à Rádio 730, a secretária anunciou a implantação de mais cinco vias reservadas para os ônibus. São realizações dignas de aplausos. É difícil convencer alguém que já andou de ônibus a deixar o automóvel em casa e andar esprimido no torturante transporte coletivo de Goiânia. Então, a política pública correta é oferecer qualidade para quem suporta ônibus.
Patrícia Veras garantiu que o BRT, um sistema de ônibus mais rápido, está em fase de licitação. Vai levar a Área Azul para Campinas, abrindo mais vagas de estacionamento em 14 vias congestionadas. É uma reivindicação antiga das lideranças locais, inclusive de Divino Barbosa, da Rádio Lua e da Rádio Campinas, que defende os comerciantes da região.
Paulo Garcia acertou ao nomear Patrícia Veras e, mais ainda, em lhe dar autonomia. Metrópoles no mundo inteiro tiveram soluções como as trazidas pela secretária: modernas, criativas e combatidas pela minoria com voz. A turma do contra poderia se informar se a gestão pública dos principais centros americanos e europeus resolveu algum problema sem pensar primeiro no transporte coletivo. Como diz Patrícia Veras, se está bom para quem se locomove de ônibus e de cadeira de rodas; se está bom para o pedestre e o ciclista; se a cidade estiver preparada para eles, está preparada para ser melhor para todos.