Os vereadores de Goiânia rejeitaram a proposta de criação de uma Comissão Especial de Inquérito, CEI, para investigar as seguidas denúncias de super salários na prefeitura. Ao menos 61 servidores ganharam, em junho, valores maiores que o teto estabelecido, que é o salário do prefeito: de R$ 19 mil.

Dos 17 parlamentares que assinaram o requerimento de criação da CEI, oito voltaram atrás e retiraram seus nomes. A lista ficou com nove apoiadores, mas eram necessários 12. A mudança de opinião dos vereadores aconteceu depois de reuniões de última hora com a líder do prefeito, Célia Valadão, e o presidente da Câmara, Clécio Alves, ambos do PMDB.

Sobre este processo, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT) explicou em entrevista à 730, que não acredita que a Comissão pudesse prestar serviços relevantes ao município, mas garante que não interferiu na decisão de rejeitar a CEI. “Eu penso que ela é desnecessária, porque nós já tomamos as medidas previamente. Uma comissão de inquérito não vai acrescentar nada na minha visão, mas eu não interferi nada. Eu só soube da retirada das assinaturas no dia seguinte. Eu nem fiquei sabendo da reunião,” garante.

Paulo Garcia ainda volta a afirmar que os super salários pagos na Companhia de Urbanização de Goiânia são legais, mas que serão proibidos a partir do decreto que já está em execução. “Não há ilegalidade. Esse fato que foi permitindo que os funcionários fossem agregando quinquênio e outras vantagens começou lá na época do prefeito Nion Albernaz. Isto é legal e está na convenção trabalhista homologada pelo Ministério do Trabalho. No entanto, é incompatível com a realidade que nós convivemos. Quem se sentir lesado, procure a justiça. Se a justiça determinar que tenho que pagar aqueles salários altíssimo não terei opção,” diz.