A cidade carece de político decidido e o fato é que dispõe de poucos. A fase é tão maldita que até administradores do porte de Iris Rezende não aguentam a grita e voltam atrás. Quando prefeito, Iris havia instalado pardais para conter a velocidade dos metidos a pilotos de Fórmula 1. Sicrano berrou aqui, outro gemeu ali, fulano latiu acolá e Iris desistiu de multar quem precisa ser punido. O fenômeno está se repetindo com Paulo Garcia, o substituto de Iris.
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Paulo implantou na Avenida Universitária a faixa exclusiva para ônibus. Houve um período de adaptação, o local é bem sinalizado, foram feitas campanhas educativas. Apesar dos esforços da prefeitura, a antiga Rua 10 é campeã em registro de infrações. A culpa é do motorista, não da prefeitura. Quem não sabe interpretar as placas não deveria nem guiar automóvel. Se dirige e recebe os flashs é porque merece a multa.
A faixa específica facilita o transporte de passageiros. Reduz a competição entre veículos que carregam 50 pessoas e os de ocupante único. O usuário pode contar os minutos que o condutor do ônibus vai conseguir passar no ponto no horário esperado.
Numa cidade com tanto carro e tanta gente, é impossível agradar ao mesmo tempo quem se espreme num curral e quem está ao volante do automóvel. Entre um e outro, Paulo Garcia acerta ao optar pelo ônibus. Tem de manter sua decisão, não pode voltar atrás por causa de alarido. Em vez de parar, deve ampliar o número de vias com faixa exclusiva. Se o motorista do automóvel acha que quem anda de ônibus está com a vida mansa, ótimo, é só sair do carrão e pular na sardinha.