Palocci e Lula em 2004 (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A Polícia Federal (PF) indiciou quatro pessoas, entre elas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, em uma investigação da Operação Lava Jato, que envolve doações que a empreiteira Odebrecht teria feito ao petista.

De acordo com as investigações, R$ 4 milhões teriam sido repassados pela empresa ao Instituto Lula, no período entre dezembro 2013 e março de 2014. Segundo a PF, o dinheiro veio do “departamento de propinas” da empreiteira, que continha uma planilha gerenciada por Marcelo Odebrecht, um dos donos da companhia.

Além de Lula e Palocci, o presidente do instituto, Paulo Okamoto, e Marcelo Odebrecht foram indiciados por corrupção e lavagem de dinheiro. Em troca da propina, a empreiteira teria sido beneficiada por negócios com a Petrobras.

De acordo com o inquérito, concluído na última segunda-feira (23), “as evidências mostraram que os recursos transferidos pela Odebrecht sob a rubrica de ‘doações’ foram abatidos de uma espécie de conta-corrente informal de propinas mantida junto à construtora, da mesma forma ocorrida com aqueles destinados à aquisição do imóvel para o Instituto Lula”.

Ainda de acordo com as investigações, a PF afirma que “surgem, então, robustos indícios da origem ilícita dos recursos e, via de consequência, da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, considerando o pagamento de vantagem indevida a agente público em razão do cargo por ele anteriormente ocupado”.

O inquérito agora passa por análise do Ministério Público Federal (MPF).