Sagres em OFF
Rubens Salomão

PF investigará Bolsonaro por possível interferência em operações contra os filhos

Depois da mudança de comando em 18 estados, a Polícia Federal vai apurar, por meio de procedimentos internos, se houve pressão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra investigações de familiares e pessoas próxima a ele durante o último mandato na presidência da República. As investigações compõem conjunto de medidas a partir dos primeiros atos do novo chefe da PF, delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, que mudou o comando da PF no Rio de Janeiro, reduto político de Bolsonaro.

O ex-presidente promoveu seguidas várias substituições com nomeação de pessoas de sua confiança em cargos que deveriam ser técnicos. Segundo apuração do Estadão, os procedimentos internos serão instaurados para avaliar se houve omissões ou ações deliberadas da parte de policiais para alterar investigações sensíveis ao Palácio do Planalto nos últimos quatro anos.

Bolsonaro trocou o diretor-geral da PF quatro vezes durante o mandato. Ocuparam o cargo os delegados federais Maurício Valeixo, Rolando de Souza, Paulo Maiurino e, por último, Márcio Nunes. O ex-presidente chegou a ser impedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de nomear Alexandre Ramagem para a direção da PF por suspeitas de que ele seria nomeado para interferir em investigações.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Memória

O ex-presidente foi alvo de inquérito no STF, em 2020, por suspeita de interferência política na PF, após a saída do então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Ao deixar o cargo, Moro acusou Bolsonaro de tentar interferir no comando da instituição para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.

Relação antiga

Na ocasião, o então diretor-geral Mauricio Valeixo havia sido demitido por Bolsonaro acusado de não repassar a ele informações sigilosas. Na avaliação de Moro, a interferência política poderia levar a “relações impróprias” entre o diretor da PF e o presidente da República.

Judiciário

O governador Ronaldo Caiado (UB) assinou ontem o decreto que nomeia Eliseu José Taveira Vieira como novo desembargador do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO). O nome constava em primeiro lugar na lista tríplice para a vaga destinada ao Ministério Púbico de Goiás (MP-GO) por meio do quinto constitucional.

Disputa interna

O novo desembargador compôs a lista tríplice ao lado de Abraão Júnior Miranda Coelho e Alencar José Vital. As indicações foram definidas em novembro último, durante sessão extraordinária do Órgão Especial do TJ-GO.

Perfil

Eliseu Taveira ingressou no MP-GO em 1985, tendo passado pelas comarcas de Araguacema, Turvânia, Colinas do Sul, Luziânia e Goiânia. Desde 1995, é titular da 20ª Procuradoria de Justiça.

Foto: Vanderlan e Marina Silva juntos na campanha de 2014. (Crédito: Divulgação)

Oposição

O senador Vanderlan Cardoso (PSD) rebateu a fala da ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva (Rede), de que o país tem metade da população passando fome. A afirmação foi feita durante discurso dela no painel no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça).

Calma lá!

“A ministra Marina Silva está totalmente equivocada. O Brasil não tem 120 milhões de pessoas passando fome. Isso seria mais da metade da população. Pesquisas realizadas pelo Banco Mundial mostraram uma redução histórica da pobreza no Brasil, colocando o País como o que mais reduziu a fome na América Latina”, respondeu Vanderlan.

Participação

Vanderlan ainda ressaltou que o Senado Federal tem contribuído para manter o Brasil fora do mapa da fome. “Contribuímos com isso, aprovando importantes projetos para o País. É um erro grave majorar esses números, e uma ofensa a todos que trabalharam para colocar o Brasil em posição de destaque na redução da pobreza”, citou.

Aos fatos

Marina Silva tentou corrigir o equívoco, depois de receber críticas. “Um governo que vai enfrentar o problema das desigualdades sociais porque temos 33 milhões de brasileiros que passam fome, mas que vai trabalhar para criar um novo ciclo de prosperidade”, retomou a ministra.

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