Ex-TV Anhanguera, Thaís Freitas está há um ano na assessoria de imprensa do Goiás (Foto: Rosiron Rodrigues/Goiás EC)
Thaís Freitas se tornou uma das referências no jornalismo esportivo de Goiás. Desde o ano 2000 na profissão, construiu sua carreira na TV Anhanguera e fez parte de momentos históricos na profissão, como a primeira transmissão com uma equipe totalmente feminina no Brasil. Atualmente como assessora de imprensa do clube esmeraldino, Thaís relembra um pouco da sua história e comenta o pioneirismo que teve na profissão neste Dia Internacional da Mulher.
Como foi o início no jornalismo esportivo?
Sempre fui apaixonada por esporte, sempre pratiquei muito e tinha em meu pai o meu espelho. Eu ia para estádios com ele desde pequena. Em casa, eu via as partidas deitada com ele. Quando comecei no jornalismo, o meu sonho era o esporte. Fiz o caminho tradicional do jornalismo, com cobertura de polícia e política. Então em 2008, o Fernando Faria saiu da TV Anhanguera e eu me candidatei. Cheguei no Erlisvá Carlos, o diretor de esportes da TV, e disse que eu queria uma oportunidade. Ele já conhecia o meu trabalho e me deu uma chance.
A profissão mudou bastante desde o seu início?
Eu comecei no esporte na faculdade, com o Doutores da Bola,na Rádio Universitária. Eu estava na primeira transmissão totalmente feminina. Naquele momento nós quebramos muitas barreiras. O momento era bem masculino, bem diferente de hoje. O meio evoluiu bastante, as pessoas abriram a cabeça para ter a presença da mulher no meio esportivo.
Como foi essa primeira transmissão feminina na Rádio Universitária?
Foi muito legal. Eu me lembro que todo mundo olhava e admirava! Era a Ana Lúcia narrando, a Ludmila reportando comigo. Os jogadores estranharam no início porque eles achavam diferente. Agora é normal, todas as empresas têm mulheres. É um trabalho bem feito, a mulher tem um trabalho essencial.
Já passou por situações desagradáveis?
Nunca tive uma situação ruim. Sempre tive jogo de cintura para passar por situações constrangedoras. Eu levava na esportiva e não ficava ofendida ou agredida. Não levei como bandeira para falar ‘ai, sou mulher, estou sofrendo por isso’. Eu sempre levei na boa.
Hoje é mais fácil para as mulheres?
Hoje evoluiu bastante, mudou a cabeça de todos. A mulher está inserida, não tem mais como fazer jornalismo sem mulheres. Qualquer equipe, qualquer redação, mesmo que não tenha na linha de frente, tem uma mulher na produção, na reportagem. Isso é importante.
Como tem sido atuar como assessora do Goiás
Trabalhar na assessoria do Goiás é prazeroso. É uma nova função cuidar da imagem desse clube grandioso. É tranquilo porque tenho respaldo de vários profissionais que estão sempre me dando o apoio quando preciso.
Como é relação com os profissionais do clube, principalmente, em viagens?
Desde o começo é muito profissional. Todos têm seu lugar, seu espaço e ambiente. É uma simbiose. Eles precisam de mim e eu preciso deles. Você precisa saber lidar com as pessoas, entendendo que cada um tem uma responsabilidade especial.
Os jogadores entenderam bem essa mudança?
Eles só ficam brincando, que antes eu cornetava e agora eu estou do lado deles. Tudo brincadeira. Eles acham vantagem porque eu entendo bem o lado de repórter e consigo ajudá-los no tratamento com vocês.
Alguma dica para as mulheres que querem iniciar na profissão?
As mulheres têm de ter muita segurança em relação a conhecimento e técnica. Isso abre portas e impõe respeito. Se alguém tem um sonho, tem de correr atrás. Com essa segurança, ela vai conseguir trilhar o caminho do sucesso.