Em 17 de agosto é celebrado o Dia do Patrimônio Histórico. A cidade de Pirenópolis possui um belo acervo preservado, por exemplo, a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, construída entre 1728 e 1732, considerada o maior e mais antigo monumento histórico de Goiás.

Para falar sobre esta missão de preservar a história e cultura local e outros temas importantes da cidade, recebi esta semana o Prefeito Nivaldo Melo, que está em seu terceiro mandato e conhece muito bem a realidade do município.

Assista ao programa completo:

Nivaldo Melo é nascido em uma fazenda no município de Pirenópolis. O prefeito conta que cuidar do patrimônio da cidade inclui também o patrimônio imaterial, que deve ser repassado, reconhecido e valorizado por meio da educação e da cultura. “É um desafio gostoso”, brinca. Nivaldo ressalta que Pirenópolis tem um alcance simbólico que ultrapassa as fronteiras de Goiás e do Brasil.

Pirenópolis tem um histórico de resistência quando se fala em preservar a cidade, sobretudo ambiental, recorda o prefeito. A revisão do Plano diretor é mais um capítulo nesse processo histórico, pensando qual a cidade que os pirenopolinos querem para o futuro. Nivaldo destaca a participação de estudantes e moradores nos debates sobre o planejamento urbano. “Hoje, Pirenópolis é um destino que atende qualquer público, e isso é bom”, diz, destacando a posição geográfica que beneficia o turismo local.

O atraso na revisão do Plano Diretor de Pirenópolis trouxe desafios e prejuízos à cidade. O planejamento habitacional é um deles e afeta desde pequenos chefes de família a grandes empreendedores. A falta de uma regularização dificulta a implantação de serviços públicos, como água, esgoto, coleta de lixo, asfalto, escolas etc. A cidade tem cerca de 2.500 famílias em moradias irregulares, no entorno da cidade, causando problemas estruturais e ambientais para a região.

Ouça o podcast:

Patrimônio da humanidade

Pirenópolis começa sua jornada para ser reconhecida como patrimônio da humanidade. Nivaldo Melo explica que a cidade possui cultura e meio ambiente preservados, aspectos fundamentais para esse título. A administração municipal tem visitado cidades históricas brasileiras que já têm esse título e eventos da área de turismo, para poder entrar com o processo de reconhecimento de patrimônio da humanidade. A empreitada tem o acompanhamento do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Plano Diretor

A entrega da leitura do estudo técnico do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico do Centro-Oeste – ITCO, sobre o Plano Diretor de Pirenópolis ocorreu recentemente. Na sequência ainda acontecerão duas audiências públicas, antes de o relatório final possa ser transformado em projeto de lei.

Aprovado, pelo Executivo e a Câmara Municipal, o desafio é implementá-lo. Neste contexto, a criação de um Conselho Municipal de Planejamento Urbano é um passo importante para que o planejamento saia do papel. A ideia é envolver diferentes segmentos sociais para que participem e fiscalizem o correto andamento do Plano Diretor.

O prefeito Nivaldo Melo é um entusiasta de Pirenópolis e reconhece que esta é
“uma cidade diferenciada”. Ao longo da história, diz, personagens históricos desenvolveram projetos considerados utópicos para a época, mas que se tornaram essenciais para que a cidade se transformasse no que é atualmente.

A Prefeitura de Pirenópolis tem buscado soluções criativas e parcerias público-privadas para implantar estruturas públicas que deverão ser construídas a partir do novo Plano Diretor. O prefeito acredita que o setor privado tem que ter sua parcela de contribuição para a cidade crescer e, com isso, todos saírem ganhando.

Dia do Patrimônio Cultural

Como citei no início do texto, no dia 17 de agosto se celebra o Dia do Patrimônio Cultural. Superintendente do Iphan-GO, Allyson Cabral destaca que Pirenópolis possui, desde 1990, um conjunto de casarões e Igrejas tombadas como patrimônio nacional, a exemplo da Igreja Matriz, a Fazenda Babilônia e o Teatro Sebastião Pompeu de Pina, que atualmente passa por mais uma restauração.

Allyson Cabral ressalta que o Iphan possui um escritório técnico na cidade e trabalha para preservar o patrimônio local de forma a conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a história local.

Temas abordados