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Neste podcast, Rubens Salomão e o prof Norberto Salomão, vão explicar quem são e o que pensam os eleitos ao parlamento europeu, e a história da União Europeia (UE). A ideia é entender o novo cenário do bloco após as eleições europeias que aumentaram a fragmentação do parlamento europeu. Embora permaneçam como as principais forças, os partidos de centro perderam maioria absoluta no Parlamento Europeu após as eleições gerais, encerradas no domingo, dia 27 de maio.

A linha conservadora-liberal tinha 216 parlamentares e elegeu 180. A aliança reúne os mais tradicionais partidos de orientação liberal-conservadora da Europa, como o CDU da chanceler da Alemanha, Angela Merkel. Apesar de ter perdido espaço em relação a anos anteriores, o EPP continuará com o maior número de assentos. Portanto, o grupo é o favorito a eleger o próximo presidente da Comissão Europeia.

A coalizão social-democrata elegeu 146 parlamentares (contra 185 na eleição anterior) e integra os maiores partidos de orientação social-democrata dos países da Europa. Mantiveram a força na Espanha e em Portugal, países os quais governam. Entretanto, ficaram fora das duas primeiras colocações em países importantes como Reino Unido, Alemanha e França – o Partido Socialista francês, do ex-presidente François Hollande, obteve apenas a sexta maior votação, com apenas 6,2% dos votos.

A linha política liberalismo social cresceu de 69  para 109 parlamentares. A aliança integra os partidos e políticos liberais europeus favoráveis à União Europeia. O República Em Marcha, de Emmanuel Macron, é um deles, assim como o Ciudadanos, nova força eleitoral da Espanha. Obteve o maior salto no número de parlamentares – de 9,2% em 2014, terá 14,51% dos assentos a partir deste ano.

O avanço dos ambientalistas (Os Verdes), de 52 para 69, foi acompanhado na Alemanha, Irlanda e França representando um novo movimento nestes países. A taxa de participação dos eleitores – 51% já que o voto não é obrigatório – foi a maior taxa de participação dos últimos 20 anos.

Os maiores e menos radicais do grupo considerados “eurocéticos”, os conservadores tinham 77 parlamentares e elegeram 59. Defende maior soberania dos estados que constituem a União Europeia, com regras mais rígidas de imigração, por exemplo. Abriga o Partido Conservador britânico, o mesmo de Theresa May, enquanto também integra siglas nacionalistas como o Lei e Justiça, da Polônia, e o Partido dos Finlandeses.

Registrou pequena queda em relação a 2014, mas, caso vote em bloco com as duas outras alianças nacionalistas, pode liderar uma ampla coalizão “eurocética”, formando a segunda força do Parlamento Europeu.

A Liga Italiana também assumiu a liderança, com 30% dos votos, em seu país, enquanto o Movimento 5 Estrelas, com quem forma um governo de coalizão, acabou em terceiro. O líder da Liga, Matteo Salvini, quer criar um bloco nacionalista no parlamento chamado Aliança Europeia dos Povos e das Nações. Esse grupo poderia se tornar o segundo maior bloco do Parlamento se conseguir reunir outros aliados.

Como funciona o Parlamento Europeu?

As eleições europeias realizam-se de cinco em cinco anos. Cada Estado-Membro elege um número fixo de deputados ao Parlamento Europeu (Deputados ao Parlamento Europeu), entre seis, no caso de Malta, Luxemburgo, Chipre e Estónia, e 96, no caso da Alemanha, perfazendo um total de 751 deputados.

Com a saída dos 73 deputados britânicos, os deputados ao Parlamento Europeu e o Conselho concordaram com uma redução da dimensão do PE de 751 para 705 lugares a partir das eleições de 2019.

Esta redução daria margem para eventuais alargamentos futuros da União, ao passo que os restantes lugares do Reino Unido serão reafetados a países que se encontravam bastante sub-representados.

A distribuição de lugares está estabelecida nos Tratados da União Europeia. Os países com populações de maior dimensão dispõem de mais lugares do que os países com populações de menor dimensão, mas estes dispõem de mais lugares do que os ditados pela mera proporcionalidade.

As eleições para o Parlamento Europeu são, em grande medida, regidas por leis e tradições eleitorais nacionais, mas também há regras comuns a nível da UE, estatuídas no Ato Eleitoral de 1976.

As frases bem ou mal ditas por aí…

A frase da semana ficou com sotaque mexicano e com um tom bastante moderador do presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, que respondeu com prudência às ameaças tarifárias feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou punir com aumento de tarifas a partir do dia 10 de junho, de 5% a 25%, até outubro de 2019, se o país latino americano não impedir o fluxo de migrantes

“Creio que o presidente Trump vai compreender que não é dessa maneira que se pode resolver as coisas. Creio que haverá uma retificação. Se não de imediato, mas tem que haver”, respondeu Obrador.

Esta não foi a primeira ameaça do presidente norte americano que se esforça para implantar medidas que impeçam o fluxo de migrantes ilegais que ingressam nos EUA. A medida mais famosa é a construção de um muro entre os dois países.

Músicas comentadas neste Episódio

O Hino da Alegria, ou Ode à Alegria, é o nome do poema escrito por Friedrich Schiller em 1785 e cantado no quarto movimento da 9.ª sinfonia de Ludwig van Beethoven. Neste poema Schiller expressa uma visão idealista da raça humana como irmandade, uma visão da qual os dois alemães partilhavam.

No entanto, o hino europeu em destaque no momento, principalmente para os amantes do futebol, é o hino da UEFA e tema da principal competição do continente, a Champions League.

A banda de rock “Adamlar” (Os homens) foi formada em 2013. Vocalista é Tolga Akdoğan, os guitarristas Emre Malikler e Gürhan Öğütücü, o baixista Emir Ongun e o baterista Berkan Tilavel.

Billie Eilish Pirate Baird O’Connell é uma cantora e compositora norte-americana. Em 2016 ela lançou seu primeiro single, “Ocean Eyes”. Tem 18 anos e é de uma família de atores e músicos de Los Angeles.

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O “Sagres Internacional” vai ao ar todo sábado, de 14h às 15h, na Rádio Sagres 730, de Goiânia-Go. O programa traz um enfoque apurado e contextualizado das relações globais e de seus efeitos para as comunidades locais.