Governo, empresas concessionárias do transporte coletivo, prefeituras e a Companhia Metropolitana de Transporte Coletivo (CMTC) discutem saídas para sustentabilidade ao transporte coletivo neste período de pandemia. Reunião realizada ontem com a participação do governador Ronaldo Caiado, discutiu a proposta de o poder concedente (Estado e prefeituras) paguem o custeio desse serviço até o mês de outubro, quando termina o período de emergência em saúde em Goiás.

As partes discutem a proposta de o poder público financiar o custo da quilometragem rodada, isto é, 6,8 milhões de km por mês, estimado na reunião de ontem em R$ 80 milhões até outubro. Nova reunião foi marcada para o início da próxima semana, quando deverá ser fechado o acordo.

As empresas concessionárias alegam que a receita desde o início do isolamento social para conter a covid-19, em 17 de março, não cobre seus custos com óleo diesel e salários. Neste período a número de usuários caiu na média de 70%. No final de março, a HP Transportes demitiu 25 motoristas contratados para operar o Citybus 2.0. As empresas também atrasaram o pagamento do salário dos seus funcionários.

Nesta quarta-feira (22) o juiz Átila do Amaral concedeu liminar em ação proposta pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Goiânia (SET), desobrigando as empresas de cumprirem o contrato de concessão; de pagar o 2% da receita para o poder concedente (CMTC) e determinando à companhia elaborar um plano de sustentabilidade do transporte em 48 horas.

O presidente da CMTC, Benjamim Kennedy, informou à Sagres 730 nesta sexta-feira (24) que o governo do Distrito Federal, além das prefeituras de algumas cidades, como Curitiba, já adotou esse modelo de financiamento da quilometragem rodada durante o período da pandemia.

 

Escalonamento

O presidente da CMTC, Benjamin Kennedy, explicou à Sagres 730, que desde a publicação do novo decreto, que flexibilizou as medidas de isolamento social para contenção do novo coronavírus, aumentou consideravelmente o volume de usuários do transporte público coletivo, principalmente das 6 às 7 horas da manhã que é considerado o horário de pico.

Benjamin detalhou que a frota de veículos da companhia é formada por 1.159 ônibus, sendo 91 da Metrobus no Eixo Anhanguera. Essa frota, segundo o presidente da CMTC, transporta 4.888 usuários sentados. Na nova edição do decreto do Governo do Estado, ficou definido que usuários do transporte coletivo deveriam ser transportados sentados.

“A nossa demanda na semana passada, estava por volta de 7.600 usuários só no Eixo Anhanguera por hora/pico. Se eu colocasse todos os 91 veículos da Metrobus na semana passada às 6 horas da manhã, ele não conseguiria transportar toda demanda”, afirmou. “Às 7 horas da manhã, praticamente, não teria ônibus nenhum fazendo o atendimento, porque cada viagem de um veículo da Metrobus, demora uma 1h10 para ser concluída. Então na própria programação operacional eu não posso colocar uma frota toda de imediato, tenho que fazer escalonamento para atender da melhor forma possível”.

Com isso, a Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos, após reunião entre o com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, decidiu que da próxima semana a Capital terá escalonamento de horários para serviços que não são considerados essenciais. A sugestão da CMTC foi acatada pelo prefeito e deve minimizar a aglomeração de usuários em terminais e em pontos de embarque e desembarque, numa ação de combate a propagação da COVID-19. A sugestão da CMTC é de que os serviços funcionem com essa carga horária:

 

 06h00

 

  • Garis e Coletores
  • Postos de Combustíveis
  • Panificadoras
 07h00  

  • Área de saúde
  • Indústrias alimentícias
  • Indústrias farmacêuticas/medicamentos
  • Construção Civil
 08h00  

  • Domésticas
  • Faxineiras
  • Vigilantes
  • Porteiros
  • Zeladores
  • Farmácias, Drogarias
 09h00  

  • Supermercados
  • Lojas de Produtos agropecuários
  • Lojas de Produtos veterinários
  • Hospitais e clínicas veterinárias
  • Demais comércios autorizados a funcionarem conforme o Decreto 9.633
  • Agências lotéricas
 10h00
  • Bancos


Quer saber mais sobre o coronavírus? Clique aqui e acompanhe todas as notícias, tire as suas dúvidas e confira como se proteger da doença