Foto: Rosiane Braga/Portal 730

Nesta terça-feira (27) à Rádio 730 promoveu um debate sobre a edição 2012 do Caldas Country Show, festival de música sertaneja. Pela cidade, duas pessoas foram mortas, um rapaz sofreu um acidente com um rojão e está com o rosto desfigurado e um veículo foi queimado. A situação surpreendeu até os moradores, habituados ao grande número de turistas.

Ouça o debate na íntegra: {mp3}Caldas_Country{/mp3}

O presidente da Goiás Turismo, Aparecido Sparapani disse que o evento acontece há alguns anos no mesmo local. Para ele, o número expressivo em relação aos eventos anteriores motivou os acontecimentos. “Houve uma falta de planejamento, porque você tem uma previsão de pessoas, até porque os ingressos são vendidos com antecedência, então faltou um planejamento mais detalhado para que a gente pudesse ter um evento como aconteceu nos anos anteriores sem muitos problemas”, explicou.

O chefe de comunicação da polícia militar, Coronel Anésio, ressalta que naquela aglomeração de jovens, alguns inclusive adolescentes, aconteceram situações de abuso no uso de drogas lícitas e ilícitas e perda de controle por parte do poder público na fiscalização e na disciplina desses comportamentos. “Presenciamos em Caldas a amplificação desses problemas graves que precisam ser pensados e identificados para que isso não se repita no futuro. A atuação do poder público deixou a desejar e precisamos fazer mobilização da sociedade e poder público naquele ponto específico”, salientou.

O Ministério Público de Goiás ingressou na última sexta-feira com duas ações em relação ao Caldas Country. O promotor de justiça do município, Giordane Alves Naves, informa que a primeira ação é com relação à venda antecipada de ingressos e a segunda foi com relação à execução do Termo de Ajustamento de Conduta, firmado antes da realização do evento e não foi integralmente cumprido. Giordane destaca ainda que haverá uma terceira ação porque foi constatada a presença de adolescentes no evento.

“O número de visitantes superou o número de policiais, isso ficou evidente. Não quero atribuir aqui quem tem a culpa, mas temos que melhorar isso. Esta festa pelo o que está sendo noticiado é uma das maiores festas country do continente americano. Então ela precisa ter uma organização condizente com essa realidade”, informou Giordane. Segundo o promotor, durante o evento faltou água, isso não pode ocorrer. Ele explica que o Ministério Público vai apurar todas as falhas e se não for possível corrigir as falhas, não tem como realizar o evento enquanto não for corrigido o problema.

A Delegada Geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi fez críticas à participação privada. “A própria organização do evento tem que contribuir com a segurança. Não é justo com a população de o Estado deslocar todo o efetivo da polícia para vigiar se as pessoas estão tirando a roupa ou fazendo sexo. Essa responsabilidade tem que ser compartilhada com as empresas que muitas vezes só pensam em ganhar dinheiro e não se preocupam com a segurança dos participantes. Temos que contribuir e construir essa segurança juntos”, esclareceu.

O produtor do evento, Leandro Garcia declara que prima pela questão da qualidade do Caldas Country. “A gente sabia do impacto na cidade, até procuramos o comando da polícia em Goiânia. Tivemos uma segurança dentro do evento uma segurança profissionalizada e apoio da polícia militar do Estado. Lá dento aconteceu tudo na mais perfeita ordem, fora do evento também fizemos o nosso trabalho. Apoiamos a polícia militar com mais 60 homens para a cidade na questão de transporte e alimentação”, ressaltou. De acordo com ele, o atual prefeito não fez nenhum esforço para contribuir com os turistas. Leandro Garcia diz que o problema foi à sociedade organizada em nome da prefeitura de Caldas Novas que não se preocupou em fazer nenhuma parceria.

Com produção de Laila Melo.