Na semana em que o governo federal encaminhou ao Congresso Nacional seus dois projetos de maior grife, as leis anticrime do ministro de Justiça Sérgio Moro, e a reforma da previdência com a chancela do ministro da Economia Paulo Guedes, o governo experimentou sua primeira derrota política no Congresso. A Câmara aprovou um projeto que susta os efeitos de um decreto da Presidência da República que alterou regras de transparência, ampliando a lista de servidores com poder para classificar documentos como sigilosos.

Em Goiânia o governador Ronaldo Caiado jantou com 28 deputados estaduais na terça-feira (19) para ajudar na formação de sua base na Assembleia, mas ele ainda não garantiu esse número de apoiadores. Em ambos os governos a reclamação é a mesma. Os parlamentares querem ser ouvidos pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo governador Ronaldo Caiado. Eles querem participação no governo (leia-se cargo) e, no caso do Congresso, garantia de liberação de emendas parlamentares. “Deputado não vota em governo por que Caiado é bonito ou pelos olhos azuis do Bolsorano”, resumiu o líder do PSL na Câmara, deputado federal Delegado Waldir.

O segundo assunto deste podcast é a ansiedade do governador em conseguir ajuda do governo federal para dar um refresco no fluxo de caixa de seu governo. Ainda sem ter conseguido pagar boa parte do salário de dezembro aos servidores, Caiado sente o peso do desgaste em sua relação com os funcionários públicos. Nesta última semana ele passou a maior parte de seu tempo perambulando por gabinetes em Brasília. Na quarta-feira, pediu “medidas emergenciais” em favor dos Estados.