Goiânia será palco, no próximo dia 10 de maio, do lançamento do livro Poesias Soltas, do poeta angolano Ataopá, sigla que reúne seu nome completo e artístico: Antão Torres, arrobas, o poeta. O evento acontece na Vila Cultural Cora Coralina, das 14h às 17h, com entrada gratuita mediante a doação de 1kg de alimento não perecível, que será destinado à Organização das Voluntárias de Goiás (OVG).
A obra, publicada pela Editora Apres, de Curitiba, é a primeira parte do projeto maior Escritos do Meu Punho. “Na verdade, é um projeto muito grande, do qual eu não escrevo simplesmente poesia. Também tem outros escritos”, explicou Ataopá, em entrevista ao programa Tom Maior. Segundo ele, o livro nasceu de inspirações cotidianas, anotadas ao longo dos anos, desde 2017, e que começaram a tomar forma editorial em sua chegada ao Brasil.
Ao comentar sua trajetória literária, o poeta revela a forte influência de autores de sua terra natal. “Começou lendo escritores angolanos, como Agostinho Neto, que foi o primeiro presidente de Angola, e outros romancistas. Daí comecei a escrever também as minhas próprias poesias”, relatou. A vivência entre Angola e Brasil, segundo Ataopá, intensificou ainda mais a sensibilidade para transformar experiências em versos. “Tudo o que eu observo, eu procuro exprimi-las em poesias, em forma de lamentações, de manifestações amorosas”, disse.
Com uma proposta de resgate e valorização cultural, Poesias Soltas traz não apenas a visão do autor sobre o mundo, mas também um mergulho na linguagem e na identidade angolana. “O livro traz um contributo cultural afro-angolano. Uso palavras em português próprio de Angola e também da minha língua materna, o quimbundo. Mas explico cada termo em rodapé para que o leitor compreenda”, destacou.
Além da estética literária, a espiritualidade também desempenha papel fundamental em sua escrita. “Sendo cristão, agradeço a Deus como o criador, o pedagogo da vida — até porque sou formado em pedagogia. Essa espiritualidade me inspira e influencia na forma como escrevo”, revelou.
Ataopá defende a literatura como ferramenta essencial para jovens e adultos ampliarem seus horizontes. “A leitura enriquece culturalmente, abre a visão sobre outros mundos. E o Brasil, sendo multicultural, precisa de obras assim, que dialoguem com várias raízes”, afirmou.
O livro está disponível em versão física em livrarias brasileiras, como a Livraria Apres, e também em formato digital (e-book) na Amazon, acessível para leitores dentro e fora do país.
Para ele, o lançamento é mais do que uma celebração: é um convite ao diálogo entre culturas. “Todo mundo é convidado. Além de levar um alimento para doação, o público poderá conversar comigo, receber um autógrafo e conhecer melhor a obra”, concluiu.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade
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