Dois empresários foram apresentados nesta terça-feira (24) na Delegacia do Consumidor (Decon) em Goiânia, como resultado da 13ª etapa da Operação Tarja Preta, da Polícia Civil (PC). Antônio Ribeiro Nascimento, de 33 anos, e Elinton Mendes, de 39, são proprietários de uma farmácia, localizada no Setor Vila Regina, região noroeste da capital, e são suspeitos de praticar crimes contra a relação de consumo e falsidade documental.

Com a dupla, a polícia apreendeu receitas médicas, carimbos, medicamentos de uso controlado e ainda 50 cartões de beneficiários do programa Farmácia Popular, do governo federal, com o qual pessoas de baixa renda têm acesso a medicamentos de alto custo. O delegado titular da Decon, Webert Leonardo, explica que esta não foi a primeira denúncia de crime envolvendo o programa.

“A PC tem muitas denúncias nesse sentido e pela primeira vez nós conseguimos flagrar e apreender diversos cartões nas mãos desses proprietários, ou seja, eles estavam utilizando desse benefício de forma indevida para proveito próprio”, afirma.

O delegado relata ainda que os verdadeiros beneficiários dos cartões eram surpreendidos quando buscavam os medicamentos nas farmácias, pois no sistema constava que o produto já havia sido adquirido. Ele afirma que as investigações trabalham com duas hipóteses para as fraudes.

“Eles conseguiam de alguma forma, de foi mediante falsificação de dados dessas pessoas carentes ou se alguma pessoa estaria desviando esses cartões, que teriam como destinatários essas pessoas de baixa renda e desviando em proveito dos investigados”, ressalta.

Segundo as investigações, as farmácias onde os golpes são praticados chegam a duplicar ou triplicar a renda, uma vez que a verba desviada dos cartões é utilizada para a compra dos medicamentos que, sequer saem das prateleiras dos estabelecimentos.

“Alguns proprietários de farmácia tomam posse desses cartões, simplesmente passam no sistema a venda desses medicamentos, porque eles recebem do governo federal, sem que esses medicamentos jamais saiam das prateleiras”, conclui.

Com informações do repórter Jerônimo Junio