A Polícia Federal encontrou em um escritório da Construtora Delta indícios de pagamento de uma “caixinha“, atrelada a contratos públicos, para a Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias.

A descoberta traz de volta suspeitas, nunca comprovadas, de que empreiteiras, por meio da associação, reúnem-se para combinar previamente a divisão de lotes de licitações de órgãos públicos.

Os documentos foram apreendidos pela Polícia Federal em computadores da Delta, em Goiânia.

A empresa era usada pelo esquema operado por Carlinhos Cachoeira para lavar dinheiro do jogo do bicho, segundo a Polícia Federal.

Os papéis mostram que a Delta repassava para a associação 0,5% do valor de determinados contratos assinados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

Os boletos e planilhas indicam que, por meio desse sistema, R$ 648,8 mil foram pagos para a Associação.

Os papéis fazem referência a nove contratos da Delta com o DNIT relativos a obras em rodovias na região Centro-Oeste. O percentual de 0,5% era descrito como “taxa de assistência técnica e jurídica”.

O pagamento da “caixinha” não tem relação com as mensalidades fixas pagas pelas associadas à Associação.