A Polícia Federal desencadeou na manhã desta sexta-feira (23) a Operação Águas Profundas, que tem como objetivo desarticular uma quadrilha internacional de tráfico de drogas, que tinha como base o Estado de Goiás. Com autorização judicial, a PF sequestrou 46 imóveis do grupo, entre eles um hotel em Ribeirão Preto, nove fazendas e diversos apartamentos e lotes, que somados chegam a soma de R$ 100 milhões. Ainda foi apreendida uma quantia em dinheiro, que não teve o valor revelado.

A ação empregou a participação de 250 policiais federais e de 25 servidores da Receita Federal para o cumprimento de 10 mandados de prisão preventiva, 28 conduções coercitivas e 47 mandados de busca e apreensão em Goiás e mais seis estados brasileiros – São Paulo, Paraná, Pará, Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina. O grupo tinha atuação em mais de 30 países.

Em Goiás, a operação atuou em quatro cidades, Goiânia, Aparecida de Goiânia, Goiatuba e Rio Verde. O delegado responsável pelo caso, Bruno Gama, revela o modo operacional do grupo. “A remessa de drogas tinha vários métodos. Um dos métodos era o envio por containers de navios, saindo do Brasil, do Porto de Santos e de Paranaguá para a Europa. Outro método era através de aeronaves, que saiam de São Paulo com destino a Espanha, França, Bélgica e Holanda,” conta.

Além de todo o patrimônio que já ostentava no Brasil e no exterior, o grupo tinha planos gigantes para o futuro. O delegado revela um deles. “Em 2010, eles começaram a construção de um submarino. E em 2012 e 2013 foi verificada a construção de um novo submarino na África,” cita.

Além do submarino, os líderes da quadrilha pretendiam comprar um avião Boeing 737 e criar uma companhia de aviação internacional, que transportaria, além dos passageiros, remessas de drogas do grupo.

O líder do grupo não teve o nome divulgado, mas sabe-se que ele já foi preso por tráfico de drogas em 1985. Neste momento, o cabeça da quadrilha está foragido, mas a Polícia Federal garante que já fechou o cerco para captura-lo.

Segundo delegado Bruno Gama, da Polícia Federal, em Goiás, o grupo tinha algumas empresas, entre elas um veículo de comunicação. “No Estado de Goiás tinham umas três empresas. O jornal do grupo também fica no Estado de Goiás,” relata.