A Polícia Federal esteve hoje pela manhã na casa do deputado estadual Samuel Belchior (PMDB), atual presidente regional do PMDB de Goiás, e apreendeu diversos documentos e um computador. A ação faz parte da operação Miqueias, deflagrada nesta quinta-feira em diversos estados do país.
Conforme a PF, trezentos policiais começaram a cumprir 102 mandados judiciais. Cinco pessoas foram preventivamente presas. Em Goiás, uma pessoa foi detida de forma cautelar. Quatorze também estão presas em Brasília.
Samuel Belchior teria sido levado coercitivamente à Polícia Federal para prestar depoimento a respeito das investigações que apuram a ação de duas organizações criminosas, uma que atua na lavagem de dinheiro e outra que pratica má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas. A PF não esclareceu os fatos investigados, alegando necessidade de sigilo para finalizar o inquérito.
Conforme pessoas que acompanharam o parlamentar goiano, ele ficou cerca de uma hora na Polícia Federal. A PF tinha em mãos ainda um mandado de apreensão de objetos do político. Nas investigações da PF, Samuel Belchior é flagrado em gravações telefônicas. Ele conversa com um suposto representante de uma das empresas investigadas. A PF quer entender qual a função de Samuel no esquema, se ele apresentaria prefeituras para a empresa ou se não tem nada a ver com as denúncias.
O deputado disse em entrevista coletiva que foi à Polícia Federal por conta própria. “Eu fui lá simplesmente porque apareço em três conversas por telefone com ele”.
Samuel também diz não entender o motivo de receber as ligações dos representantes da empresa: “Estou me perguntando isso até agora”.
A PF questionou Samuel a respeito de negócios com loteamentos. O deputado disse que pretende colocar os sigilos bancário, fiscal e telefônico à disposição dos investigadores.
A Operação Miquéias leva este nome devido ao personagem Miqueias, responsável por denunciar governantes ricos das cidades de Jerusalém e Samaria.