O Comando Regional da Polícia Militar de Trindade receberá treinamento para abordagens com autistas. O projeto TEAmamos produziu um vídeo sobre o autismo, que hoje atinge uma a cada 54 crianças de até 8 anos de idade, segundo estudos mais recentes. O material contém explicações didáticas sobre o comportamento das pessoas que estão dentro do TEA (transtorno do espectro autista) e será utilizado para treinamento, primeiramente, para 500 integrantes do 16º Comando Regional da Polícia Militar (16º CRPM), com base em Trindade.

O vídeo possui explicações do neuropediatra e neurofisiologista, Hélio van der Linden Júnior. No material, as principais características das pessoas com autismo, os níveis do transtorno, que variam de leve a muito grave e, também, as duas principais situações que envolvem autistas e que, normalmente, a PM pode se deparar, são detalhadas.

O cérebro de uma pessoa com autismo funciona de forma diferente em relação ao da maioria das pessoas. Quem está no TEA não tem uma doença, mas uma condição em que habilidades como a comunicação social e o comportamento estão prejudicados em razão de disfunções neurológicas, primordialmente genéticas.

Um autista muito grave, por vários fatores, pode desencadear uma crise de ansiedade séria, o que pode levar à agressividade e é natural que as famílias precisem solicitar ajuda policial. Nesse caso, é importante que a comunicação sobre a condição neurológica da pessoa seja clara desde o contato com a atendente do 190. No vídeo, Hélio Linden explica que a abordagem precisa ser mais tranquila, sempre com tom de voz baixo e que toda a ação deve ser avisada com antecedência.

Para abordagens feitas na rua, com autistas leves, com certa independência, é necessário saber diferenciar o comportamento de uma pessoa suspeita de ilícitos daquela que tem a síndrome, já que alguns comportamentos podem ser semelhantes, como evitar o contato olho no olho e não obedecer às ordens.