marcelo almeida goias fechar as torneiras
Marcelo Almeida, presidente do Goiás (Foto: Reprodução/Twitter GEC)

Na tarde da última segunda-feira (27), a Confederação Brasileira de Futebol se reuniu com dirigentes de vários clubes do país em busca de uma solução para o retorno das atividades esportivas do país. Grande parte quer voltar aos treinamentos e a própria entidade sugeriu o recomeço dos estaduais para o próximo dia 17 de maio.

Em entrevista à Sagres 730, o presidente Marcelo Almeida do Goiás destacou as nuances da videoconferência e revelou ver com dificuldade a volta dos treinos neste primeiro momento.

“O Rogério Caboclo (presidente da CBF) colocou para nós essa questão polêmica do retorno das atividades e treinos no futebol brasileiro. A gente percebe que não há uma unanimidade de pensamento, mesmo porque no Brasil cada estado tem uma realidade diferente. Você sai de Goiás com uma realidade, vai para São Paulo com uma realidade duríssima, vai para Ceará e Pernambuco a mesma coisa. Em cima disso muitos times estão desconfortáveis em voltarem por conta de uma série de questões que podem acontecer mesmo seguindo aquele protocolo rígido que a CBF no colocou e que cada time está fazendo sua adaptação. A CBF foi bem clara em dizer que não está impondo nada a ninguém, apenas repassando orientações”, explicou.

Marcelo Almeida, presidente do Goiás (Foto: Reprodução/Twitter GEC)

Na visão do mandatário esmeraldino não há justificativa para o retorno das atividades presenciais já que o cenário não é favorável para o início do Campeonato Brasileiro. “A gente começa a treinar dia primeiro de maio, mas todo treinamento precisa de um objetivo, e o objetivo de um treino é você participar de algum tipo de competição. Ficou muito claro que não tem cenário para a competição nacional no momento, o cenário de competição hoje é zero”.

Mesmo sugerindo o recomeço dos torneios estaduais, Rogério Caboclo frisou que a decisão final será tomada em conjunto com o governo de cada estado. Por isso, Marcelo Almeida buscou saber a posição de André Pitta, dirigente máximo da Federação Goiana de Futebol, para achar ‘um norte’ para o Goianão.

“Foi repassado para nós a questão de estarmos iniciando os campeonatos regionais, daí a necessidade de se voltar a treinar. Só que aí eu pensei: ‘como está a realidade do Campeonato Goiano?’ Logo após a reunião eu liguei para o André Pitta (presidente da FGF) para saber dele qual é a perspectiva e ele também vê com muita restrição o retorno do campeonato, principalmente pelo fato de que a maioria dos times goianos se desfizeram, hoje eles estão desmontados e eles não têm recursos para montar as equipes e participar da competição. Ou seja, não teremos Campeonato Goiano pelo que entendi da conversa com o André Pitta”, pontuou.

O dirigente do Goiás ressaltou ainda que voltar às atividades sem ter uma competição em vista provocará um aumento nas despesas, o que não é ideal para o momento. O próprio presidente revelou à Sagres que o clube precisou suspender o contrato de 60% dos funcionários e que por isso era hora de ‘fechar as torneiras’.

“Ás vezes a gente toma uma decisão hoje e amanhã ela precisa ser totalmente revista, como iríamos voltar a treinar no dia 2 e não vamos mais. Se não tivermos o nosso campeonato regional, para quê voltarmos a treinar agora? Esse ponto de interrogação que fica na minha cabeça, porque se não existe lá na frente nenhum cenário de expectativa para o campeonato nacional, o mais próximo que precisaríamos ter é o estadual. A partir do momento que você volta com os treinamentos as despesas por si só aumentam e é tudo que nós não podemos ter agora. As torneiras precisam ser fechadas, estamos vivendo um momento de insegurança extrema”, analisou.

Por fim, o mandatário afirmou que os jogadores continuam em treinamento home office e que a data de retorno foi reprogramada para o dia 11. No entanto ele não garantiu que os treinos presenciais estão confirmados.

“Por questão de cautela, nós não reiniciaremos nosso treinamento no dia 2 de maio e estamos protelando para o dia 11, mas sem querer dizer que voltaremos nessa data. Nós vamos reavaliar o cenário que a gente vive semana a semana. Se na próxima semana a gente sentir que existe clima e conveniência, nós voltaremos dia 11. Caso contrário a gente passa para o dia 18 e assim por diante”, completou Marcelo Almeida.