Na tarde desta terça-feira (7), o Porto deu o aval para que o atacante Walter assine a rescisão de contrato com o Goiás. Após uma reunião que aconteceu na noite dessa segunda-feira (6), na Serrinha, entre a alta cúpula esmeraldina, o departamento jurírico do clube e o empresário de Walter, Tavinho, ambas as partes entraram em um acordo verbalmente.

Ficou decidido que o atacante não jogaria mais pelo Goiás, mas para que a rescisão fosse assinada, era necessária a liberação do Porto, time que detém a maior parte dos direitos do jogador. A assinatura da rescisão de contrato deve acontecer nesta quarta-feira (8). Os valores que envolvem o acordo ainda não foram revelados. O Alviverde deve fazer o anúncio oficial da rescisão também nesta quarta.

Entenda o caso 

Durante um treinamento em Goiânia que antecedia o jogo contra o Rio Verde, pela sétima rodada do Campeonato Goiano, na sexta-feira (24/2), Walter agrediu o goleiro prata da casa, Matheus, após um desentendimento entre os dois. Segundo o próprio atacante relatou em entrevista à Rádio 730: “Estávamos fazendo um jogo-treino na sexta-feira. O Matheus levou um gol e eu fui falar para ele ‘Pega a bola cara, fecha esse gol’, ele ficou irritado e começou a me xingar de maneira explícita. Logo em seguida veio o lance da cotovelada”, disse Walter. 

Após a agressão, outros jogadores que estavam presentes no treino começaram a discutir com Walter exigindo que ele pedisse desculpas, algo que não aconteceu. O atacante chegou a viajar com o elenco para Rio Verde, mas assim que o presidente Sérgio Rassi (que estava em Salvador) ficou sabendo, mandou um carro buscar o jogador imediatamente e o afastou do grupo. 

Logo após o episódio da agressão, o diretor de futebol esmeraldino, Harlei Menezes, convocou o atacante para uma reunião. Nela, estavam presentes o técnico Gilson Kleina, Osmar Lucindo e o vice-presidente Marcelo Almeida. Harlei deu uma entrevista contando que Walter tinha sido rude e afirmado “não se arrepender e que faria de novo”. Após essa entrevista, Walter resolveu se pronunciar e afirmou nunca ter dito isso. 

“O diretor Harlei já conversou muito comigo, tenho um carinho enorme por ele e pelo presidente. Mas a entrevista que o Harlei deu falando sobre mim, não foi certa. Eu não disse que iria fazer de novo, estava com a cabeça quente, apenas isso. Tenho a impressão de que ele quis me jogar contra a torcida, sendo que sou completamente grato aos torcedores por tudo que fazem por mim. Um diretor de futebol não pode dar uma entrevista desse jeito”, declarou.  

Marcelo Almeida, que também estava na reunião após a agressão, relatou em entrevista à Rádio 730, que o jogador tinha sim feito tal declaração e assustado todos presentes com a maneira rude em que afirmou. 

“Nos reunimos com o Walter para tentarmos tirar dele o que havia acontecido. Quem começou falando foi o Harlei, que primeiramente perguntou: ‘Walter, o que você tem a nos dizer sobre essa agressão?’. O que nos assustou foi a forma como ele simplesmente falou: ‘Fiz mesmo, não me arrependo e faria de novo’. Com essa declaração, resolvi intervir e falar como médico. Disse à ele que estive com o atleta, que ele tinha desmaiado, que havia sido grave e logo em seguida questionei se ele não media as consequências pela gravidade do caso. Ele me respondeu: ‘Não'”, afirmou o vice-presidente. 

Após se recuperar, o goleiro Matheus registrou boletim de ocorrência por lesão corporal cometida pelo atacante. A Polícia Civil divulgou o documento onde o jogador acusa seu companheiro de equipe de ter “desferido uma cotovelada propositadamente”. Walter, que está em Porto Alegre, não se pronunciou mais sobre o caso.