De quatro em quatro anos não tem jeito. Com a Copa do Mundo, os brasileiros não ficam só entusiasmados para assistirem a Seleção Brasileira em campo em busca de mais uma título do mundial. A febre para completar o álbum de figurinhas da copa contagia todo mundo independente da idade. Assista à reportagem a seguir

Klaus Marques está ajudando o filho, Victor, a completar o álbum deste ano. Mas isso relembra também a sua infância, momento que também colecionava: “parece que os pais ficam mais entusiasmados do que os filhos […] Eu acho que não era essa febre toda na minha época, mas eu lembro de colecionar, trocar figurinhas, de disputar, bater bafo com os amigos”, relatou.

“Isso inflacionou bastante, é uma coisa que chamou atenção. Fica muito caro. Aumentou o número de figurinhas e acaba que é uma brincadeira cara, mas pelas crianças a gente acaba fazendo qualquer sacrifício. É caro, mas a gente aproveita e se diverte junto com eles”, falou.

Já Victor, o filho, está bem feliz com o álbum, afirmou que está quase completo: “ainda não completei nenhuma seleção, mas estou na espera. Quero muito”.

De compra em compra sempre começa a vir as repetidas e por isso as pessoas se encontram nesses famosos pontos de troca de figurinhas. Um deles é na Praça Tamandaré, em Goiânia. Maria Paula, de 14 anos, não vê a hora de completar o álbum. E não falta muito para conquistar esse objetivo: “Faltam 45 figurinhas e eu consegui só pelas trocas. Na minha escola eles trocam uma por uma, às vezes trocam duas por duas, mas está indo bem”, comentou.

Não é de hoje, nem 2018, 2014 ou 2010 que existe o álbum da Copa do Mundo. O primeiro foi lançado em 1950, e seu Joaquim, que está todo dia na Tamandaré organizando as trocas, coleciona desde o ano de 1970. Além disso, afirmou que na época era muito complicado completar já que não existia trocas, era apenas comprando. Por outro lado, Joaquim não deixou nenhum espaço em branco em todos em seus álbuns.

Este ano, a do Catar tem um diferencial: as figurinhas lendárias, com jogadores importantes que marcaram e marcam gerações. Elas são mais difíceis de encontrar, não tem um espaço para colar e podem valer um bom dinheiro. O estudante Valdir Batista encontrou apenas a do senegalês Sadio Mané, mas ainda tem esperança de encontrar mais e lucrar em cima dela.

“Se eu conseguir a do Neymar eu vou vender pelo preço que eu ver na internet. Eu acho que uns 9-10 mil reais”, disse.

Maria Paula já encontrou duas lendárias nos pacotinhos: uma da Holanda e outra da França. A estudante pretende vender, talvez no futuro, quando estiverem com um preço mais alto.

Apesar de estar movimentado nas praças e outros locais que fazem troca, o movimento está abaixo do esperado. Isso se deve pela demora da empresa responsável pelo álbum a distribuir para as bancas. Glenda Rubia é a dona da Revistaria Almirante Tamandaré e lamentou não conseguir vender todos os dias.

“Tá demorando a chegar. Uma semana sem mercadoria e não está dando para quem quer. Eu gostaria de pegar mais mercadoria para atender todo mundo. As bancas realmente não estão recebendo mercadoria, não sei o que está acontecendo, se é falta de material para imprimir…”

Na Praça Tamandaré, a programação das trocas de figurinhas do Álbum da Copa do Catar acontece todos os dias, mas com um movimento maior aos sábados e domingos pela manhã.