A secretária estadual de Educação, Cultura e Esporte, Raquel Teixeira, acredita que a ocupação das escolas em Goiás pelo movimento estudantil contra as Organizações Sociais (OSs) é precipitada. Em entrevista ao programa A Cidade Fala, da Rádio 730, nesta quarta-feira (16), ela destacou que está à disposição para dialogar com os responsáveis pelas ocupações.
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“Eu acho que essa ocupação tem alguma legitimidade quando há, da parte dos estudantes e professores, interesse genuíno na preservação da escola. A escola não é minha, não é do governador, ela é gerida pelo Estado, mas a escola é dos alunos, é dos professores, é dos pais, é da comunidade. Houve precipitação nessa ocupação antes de ter um debate, eu estou inteiramente aberta e disponível, quero ser convidada para ir ao Lyceu, ao IEG, quero convidar os comandos das ocupações para virem ao meu gabinete”, afirma a secretária.
O protesto de estudantes e professores vai contra a iniciativa do governo de colocar as OSs à frente das escolas estaduais. O movimento foi iniciado no dia 9 de dezembro, a exemplo das ocupações que já vinham acontecendo em outros estados. Raquel Teixeira explica que OS e terceirização significam a mesma coisa, e que o diretor de cada unidade poderia ser dedicar mais às questões que envolvem o aprendizado em sala de aula.
“Terceirização é prestação de serviço. Na gestão compartilhada o Estado está chamando a sociedade através das OSs para ajudar a ter uma escola melhor. Então a OS que vai entrar na escola vai se responsabilizar, por exemplo, de consertar a descarga da privada que estragou, que hoje fica nas costas do Diretor, consertar a infiltração da parede para não estragar o computador, de arrumar o teto que caiu. Ele não tem a burocracia da licitação, do processo demorado, serão ágeis as interferências naquilo que for necessário, e o diretor vai poder se concentrar naquilo de mais nobre que é a aprendizagem do aluno”, reitera.
Para o governo, segundo a Secretária, a ação das OSs otimizaria o tempo das ações tomadas nas escolas, e evitaria a burocracia das licitações, e compara ao que já acontece com a saúde no Estado, que já é gerida pelas OSs.
“As empresas concorrentes que perderam entram na justiça, recorrem, querem refazer o processo, aí entra de novo. Eu me lembro do governador uma época, quando resolveu fazer OS na Saúde, ele tentou trocar um tomógrafo do Hugo que tinha quebrado. Ele ficou seis anos fazendo licitação e sendo anulada. A OS hoje precisou trocar um tomógrafo há poucos meses e em dois dias estava trocado”, ressalta.
Até a publicação desta entrevista, pelo menos 15 escolas já haviam sido ocupadas em quatro municípios goianos.