A Covid-19 está agravando outra doença de proporção mundial: a obesidade. O problema atinge 600 milhões de adultos no planeta. No Brasil, mais da metade da população está acima do peso normal. De acordo com o cirurgião gastro-robótico, Adilon Cardoso, os novos hábitos alimentares da quarentena podem agravar o que já estava ruim.

“Você está em casa, não tem muita coisa que fazer, uma das suas diversões principais é comer. Com isso, aumenta-se peso e, junto com o peso, sempre temos as complicações e as comorbidades que podem vir a acontecer. E isso partindo-se do princípio de que nós já temos uma população que previamente já tinha um aumento de peso, e que agora piorou”, afirma em entrevista à Sagres TV.

Adilon Cardoso em entrevista às jornalistas Jéssica Dias (à esquerda) e Letícia Martins (Foto: SagresTV)

Obesos fazem parte do grupo de risco da Covid-19. Com a necessidade de isolamento, as pessoas estão se movimentando menos e comendo mais por ansiedade, médicos já preveem um aumento da incidência da doença, que é crônica e progressiva.

“Preguiçosos de atividade física vão piorar sim. É importantíssimo que o indivíduo entenda que, mesmo nessas circunstâncias, há possibilidade, se pode usar a criatividade para realizar sua atividade física, mesmo sendo dentro da sua casa”, alerta o cirurgião.

Segundo Adilon Cardoso, apesar de não haver ainda estudos sistematizados que estimem o quanto a obesidade afetará as pessoas num cenário pós-pandemia da Covid-19, o impacto já é evidente, e evitar um tratamento definitivamente não é uma opção.

“Não procurar ajuda médica quando se está sentindo alguma coisa é a pior opção, mesmo em tempos de pandemia”, pontua.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #61