De volta aos trabalhos presenciais nesta sexta-feira (5), o Goiás também promoveu sua primeira coletiva de imprensa desde a suspensão das atividades no clube. Na ponta do microfone esteve Alexandre Lopes, preparador físico esmeraldino e protagonista na condução dos treinamentos neste momento. De máscara e isolado na sala de imprensa da Serrinha, foi entrevistado pelos jornalistas via transmissão por videoconferência.

O profissional explicou que a programação passada aos atletas de casa foi “para não deixarem a bateria descarregar. O motivo de manter em atividade é justamente por serem atletas e estarem sendo orientados para ter uma atividade adequada durante o período. Não sabíamos o momento que voltaríamos e ainda não tem uma competição programada, então era para que não ficassem em inatividade e deixassem essa bateria descarregar”.

Com relação ao risco de lesões, situação que tem sido recorrente nos clubes europeus, que já retornaram aos treinos e jogos, “é multifatorial e independente de ter realizado treinamento durante o período de afastamento”. O preparador físico destacou ainda que a garantia de ter lesão ou não não existe “quando você lida e trabalha com esporte de alto desempenho, como é o caso do futebol profissional”.

Além da pressão de retornar em um bom nível físico e técnico para retomar a temporada com bons resultados, o Goiás espera recuperar a condição que tinha antes da paralisação das competições, em março. É o que afirmou Alexandre Lopes, que, de qualquer forma, ressaltou que “há um processo dentro do futebol que as pessoas negligenciam. O principal é você conhecer o atleta para que possa tirar o melhor rendimento dele”

Em virtude disso, “agora é uma vantagem para nós e todos os clubes que tiveram um período de pré-temporada. Nesse momento de retorno, temos mais parâmetros e mais base para poder adequar o nosso modelo de treinamento à característica dos atletas. Isso, sem dúvida nenhuma, é uma vantagem para esse momento, porque temos condição de estar otimizando nosso trabalho conhecendo melhor esses atletas”.

Questionado sobre ter receio de voltar aos treinamentos presenciais e os cuidados que tem tomado durante a pandemia, o preparador físico esmeraldino relatou que “estou respeitando todas as normas de trabalho que o clube determinou para essa retomada do trabalho. Eu, Alexandre, como pessoa física, durante esses 70 e poucos dias que me mantive recluso em Coritiba, como a maioria da população que preserva a vida e quer se cuidar, tomei os cuidados necessários para proteger as pessoas que estavam ao meu redor”.

Alexandre Lopes ressaltou que “o motivo para continuar com a máscara é para mostrar que a preocupação continua. Tem vidas sendo perdidas e os cuidados necessários têm que ser tomados. O clube está voltando com toda a segurança e todas as medidas necessárias estaremos cuidando. Durante esse período, tive contato mais próximo com o Rodney (Gonçalves, auxiliar técnico) para que montássemos os treinamentos da parte física e técnica com a preocupação de separarmos bem o grupo”.

Sobre considerar precipitado o retorno para as atividades no clube, destacou que “tem a preocupação sim de um retorno, principalmente em um curto período de tempo. Ainda temos muitos mortos no Brasil e os números vêm crescendo. Não vejo a hora de voltar o futebol e os campeonatos que temos pela frente, mas, acima de tudo, penso que os cuidados necessários têm que ser tomados e estamos fazendo de tudo para isso nesse momento”.