Foto: Divulgação/FGF

A seis dias das eleições para a presidência da Federação Goiana de Futebol (FGF), o presidente de um dos clubes que participam da votação denunciou suposto esquema de compra de votos. 

A denúncia foi feita pelo presidente do Monte Cristo Esporte Clube, Getúlio Orlando de Sousa, em entrevista à Rádio Sagres 730 nesta terça-feira (16), e que foi ao ar no programa Debates Esportivos desta quarta (17). Há duas chapas no pleito deste ano: a de situação, do atual presidente André Pitta, e a de oposição, do empresário Lélio Júnior. 

Getúlio, que já manifestou apoio à chapa de situação, encabeçada pelo atual presidente da FGF, André Pitta, relata como teria recebido a suposta oferta por compra de votos. “Recebi propostas dessa outra chapa. ‘Veio’ elementos na minha casa, me procurar, para que eu votasse nessa chapa. Eu não voto nessa chapa. Essa chapa não existe”, conta. 

Ainda de acordo com o presidente do Monte Cristo, ele teria recebido oferta de quantia em dinheiro para votar na chapa de oposição, encabeçada por Lélio Júnior. A proposta, segundo Getúlio, teria sido feita pelo empresário e desportista, Washington Luís. 

“Não é acusação. Estão oferecendo dinheiro para todo mundo e todo mundo sabe. Vieram na minha porta, um ex-presidente do Monte Cristo em 1994, Washington Luís, me procurou para eu votar. O meu voto é do André Pitta. Aí ele entrou no carro e foi embora. O próprio advogado do Atlético me ligou e eu disse a ele que meu voto era de André Pitta. Não voto em outra chapa. Quem veio aqui me oferecer foi o Washington Luís. Me ofereceu e tentou me comprar, mas comigo não compra. Eu vou votar no André Pitta e já está encerrado”, argumenta. 

Diogo Freitas 

O presidente do Monte Cristo disse ainda que a tentativa de compra de votos teria ocorrido em outros clubes, e chegou a citar o Inhumas Esporte Clube, presidido por Diogo Luiz de Freitas Montes. 

De acordo com Getúlio, o dirigente do Inhumas também teria recebido propostas de Washington Luís para votar na chapa de oposição. A reportagem da Rádio Sagres entrou em contato com Diogo Luiz de Freitas Montes, que não quis gravar entrevista, mas desmentiu a denúncia e disse que jamais recebeu oferta de compra de votos para eleição na FGF. 

Marcos Egídio 

O presidente do Monte Cristo denunciou ainda que teria recebido um telefonema de Marcos Egídio, ex-advogado do Atlético Clube Goianiense e candidato a vice-presidente da chapa de Lélio Júnior. 

“O doutor Egído do Atlético me ligou disse a ele, com toda franqueza, que não voto. Meu voto é do André Pitta. Ele falou que gostou de mim e que não fui o único que fiquei em cima do muro, que eu tinha sido franco e honesto. Não tem proposta dessa outra chapa. Federação Goiana hoje tem uma sede própria. Antigamente tinha um chiqueiro na Avenida Tocantins. Hoje temos uma sede própria”, acrescenta. 

A Sagres ouviu o ex-advogado do Atlético e candidato a vice de Lélio Júnior, Marcos Egídio. Ele afirma que chegou a entrar em contato com a presidência do Monte Cristo, por telefone, e que tentou apenas marcar uma reunião para apresentar as propostas. 

“Eu liguei para uma pessoa que, para mim, chamava César, que se intitulou como presidente do Monte Cristo. Não sei. Pode até ser Getúlio também, que não me falhe a memória. Pedi para marcar um horário com ele para apresentar as propostas. Então, ele me disse que não tinha conversa, pois já havia definido a situação. Agradeci pela atenção por ter me atendido. Disse que concordava com a situação dele. Foi apenas por telefone. Não conheço e gostaria até mesmo de conhecer”, esclarece. 

Washington Luís 

Também procurado pela reportagem da Sagres, Washington Luís confirma que esteve com Getúlio, presidente do Monte Cristo, para apresentar as propostas da chapa de oposição, mas nega ter oferecido dinheiro ou qualquer outro tipo de vantagem em troca de votos. 

“De maneira alguma eu fui em nome de alguém. Tomei a liberdade e falei para ele que estava apoiando a chapa da “Federação para os clubes”. Em nenhum momento foi oferecido algum tipo de vantagem. Primeiro que não estou autorizado pela chapa de fazer isso. Eu tomei a liberdade de ir lá e conversar com ele, como qualquer pessoa em momento de eleição faz. Nada de oferecer algum tipo de vantagem. Nunca existiu. Nunca aconteceu isso e nem vai acontecer. Não estou autorizado por ninguém para fazer isso. Não é da minha índole fazer isso. Apenas falei com ele sobre as mudanças. Hoje as coisas estão mudando em nível de Brasil e em nível de Goiás, então, eu vejo que seja um momento de mudar também”, declara. 

Lélio Júnior 

O candidato à presidência na chapa de oposição a André Pitta, Lélio Júnior, diz que está conversando com todos os clubes, e rechaça denúncia de que estaria ocorrendo tentativa de compra de votos. 

“Não tenho nada a dizer, porque é um absurdo o que está sendo falado. Nós estamos conversando com todos os clubes e discutindo propostas. Nunca teve isso. O Monte Cristo, nosso vice-presidente, Marcos Egídio, tentou contato com ele. Ele não quis atender, disse que estava do outro lado e não ia atender a gente”, conclui. 

Eleição na FGF 

Desde o início da campanha, a Sagres 730 vem ouvindo todos os eleitores (presidentes dos clubes goianos, das ligas esportivas e de times amadores) sobre o posicionamento em relação a um dos dois candidatos à próxima gestão na Federação Goiana. Todas as entrevistas estão disponíveis no portal Sagres Online. O pleito acontece na próxima segunda-feira (22), no hotel Hilton Garden Inn no Setor Oeste, em Goiânia.

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