Na abertura da videoconferência “Mídias e Eleições”, do 1º Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral (Conbrade), a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, defendeu o controle das mídias como estratégia para a garantia da liberdade do eleitor, ao exercer o direito do voto, e a importância da igualdade de oportunidades para os candidatos que concorrem aos cargos eletivos nas eleições 2020.

Em entrevista ao programa Tom Maior da SagresTV, o presidente do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, Alexander Barroso, acredita que ação é necessária para garantir a liberdade de escolha.

“De um tempo pra cá, as mídias sociais tem ganhado relevância maior nas eleições. Nas eleições de 2016, em Belo Horizonte, o candidato que presidiu o clube do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil, atual mandatário da cidade, ganhou a eleição com pouquíssimo tempo de televisão, quase nenhum partido coligado, e assim mesmo ganhou as eleições. Por quê? Porque tinha uma presença mais forte na rede social, pelo twitter”, afirma o presidente do Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral.

As mídias cumprem papel importante e não podem ser mecanismo de deslegitimação da escolha do eleitor. Por outro lado, a liberdade não pode se converter em licenciosidade de mecanismos eleitorais ilegítimos.

“Até as eleições de 2018, o meio político acreditava que para se ganhar uma eleição presidencial, tinha que ter vários partidos coligados para te dar maior tempo de televisão, para ter mais alcance. E isso mudou, foi visto que nas eleições de 2018, as mídias sociais tiveram um papel até maior que a própria televisão”, ressalta.

Apenas na campanha eleitoral de 2018, no Brasil, o impulsionamento de mensagens pela internet rendeu R$ 77 milhões de reais, um montante que, por si só, desmonta a propaganda da campanha eleitoral de baixo custo. A partir disso, há previsões de que esse valor triplique no pleito de novembro.

Com o crescimento das mídias sociais, os eleitores ficam expostos às fake news, ao contrário do que acontece nas TVs e rádios.

“O controle deve ser feito, justamente, para não desinformar o leitor, o que deve ser a preocupação maior de uma democracia. O leitor tem que ser informado de várias formas, para ele exercer plenamente o seu direito de voto, mas ele não pode ser cerceado da sua liberdade de expressão”, relata Alexander Barroso.

Assista à entrevista na íntegra no Tom Maior #70