Com a anulação das condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Lava-Jato em Curitiba, o político se tornou elegível novamente, podendo disputar o pleito já em 2022. Porém, a presidente do Partidos dos Trabalhadores em Goiás, Kátia Maria, em entrevista para a Sagres, afirmou que esse não é o foco do partido.

“Neste momento, apesar de saber que a eleição é a porta de saída para todos os problemas que enfrentamos, nós estamos preocupados com o enfrentamento dessa crise [pandemia], porque nós não temos vacina – sabemos que a vacina é o mecanismo mais eficiente – e nós não temos auxílio emergencial, sendo que o desemprego está acentuado”, detalhou.

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Sobre o caso do ex-presidente, Kátia contou que a decisão do STF “corrige as injustiças e os equívocos jurídicos” que impediram a candidatura para presidência de Lula em 2018. Segundo ela, a crise pandêmica no Brasil é mais intensa no País por causa do presidente Jair Bolsonaro.

“É importante a gente entender que só o fato de Lula estar elegível já causou alguns comportamentos diferentes do atual presidente da República, que antes estava ainda mais irresponsável do que hoje“.

Corrupção

Questionada sobre a visão que parte dos votantes pode ter em relação ao PT, com base nos escândalos de corrupção que foram divulgados nos últimos anos, Kátia declarou que o PT sempre se preocupou com essa questão e que deu autonomia para a Polícia Federal trabalhar durante os governos do partido. Outro ponto que pode contribuir para esse julgamento por parte da população ocorre porque Lula não foi inocentado, teve apenas as condenações anuladas.

Mas segundo a presidente, o foco nas eleições de 2022 estará no combate à pandemia. “Se a pauta fosse corrupção, não era o Bolsonaro, não eram os filhos dele, não era a milícia que estaria no poder”.

Governo de Goiás

O enfrentamento à pandemia da Covid-19 pelo Estado de Goiás foi alvo de críticas de Kária Maria. Antes, porém, ela fez questão de ressaltar que o governador Ronaldo Caiado não é irresponsável e nem negacionista, mas que falhou na criação de medidas efetivas para que o Estado pudesse enfrentar a crise.

“A política de assistência social está esfacelada no Estado, o que temos é uma cesta básica, que é entregue pelos aliados do governador de forma bastante tendenciosa. Não tem uma política estruturada de transferência de renda para que as pessoas possam atravessar esse momento de crise”, declarou.