O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol), Silveira Alves, foi demitido dos quadros da Polícia Civil nesta terça-feira (23), um dia após a greve da categoria ser retomada, nesta segunda (22).

À Rádio 730, Silveira disse ter ficado surpreso com a demissão. Ele é concursado como agente de polícia e está na instituição há 22 anos. A demissão é justificada pelo governo por um processo administrativo respondido por ele, no ano passado, por suposto “abandono de cargo”.

“Fui absolvido na Corregedora. Provei a minha inocência. Isso foi decisão política, por motivação do próprio governador em me perseguir e enfraquecer o Sindicato”, protesta Silveira.

O processo se deve ao fato de Silveira estar à frente do Sindicato há dez anos. Segundo uma lei estadual, a instituição precisa congregar ao menos 30% dos policiais civis.

“Vou entrar com um mandado de segurança e tenho certeza que a Justiça vai ser feita”.

Resposta

Em entrevista coletiva na tarde desta terça, o secretário de Segurança Pública, João Furtado Neto, argumentou que a demissão de Silveira segue o rito legal. “Prefiro não publicizar o processo que é particular deste servidor público. Se desejar, ele pode usar do seu direito de defesa e é assim que funciona na democracia. Trata-se de um processo do devido cumprimento da lei”, argumentou.

João Furtado ainda negou que a demissão de Silveira tenha o objetivo de desestabilizar o movimento grevista da categoria. “Se fosse um contra ataque, a greve poderia ser interrompida ou prejudicada. Acredito que o Sindicato tem outros dirigentes, representantes e eles poderão continuar negociando”.

Está me parecendo que motivos outros estão levando essas categorias a reivindicar o que não pode ser concedido agora.