Foto: Samuel Straioto/Rádio730

Quando falamos na palavra palácio pensamos em algo grandioso, imponente. Lugar rico, cheio de poder. O primeiro palácio de Goiânia está em condições precárias. Está localizado na área de um estacionamento na Rua 24 no Centro da capital. Trata-se de uma árvore. Foi debaixo de uma imponente Moreira que o interventor do Estado Pedro Ludovico Teixeira fez os primeiros despachos em solo goianiense. A árvore tornou-se patrimônio histórico municipal. No entanto, o primeiro palácio está em ruínas. A árvore está escondida atrás de uma guarita do estacionamento, um barracão na frente de um palácio. Quem passa pelo local nem imagina que ali um dia foi um palácio.

Um exemplo é o casal Geraldo José dos Santos e Larissa Marquez. “Não nem um pouco é uma árvore em comum que foi plantada já há muito tempo e que a gente olhando sem saber da história é mais uma árvore em uma cidade grande igual a Goiânia”, declarou Geraldo. Para Larissa também é uma árvore comum. “Não tem cara de palácio, porque palácio tem outra cara”, ressaltou.

O palácio hoje está em condições ruins, mas já esteve em situação pior. O patriarca da família que era proprietário da área onde fica a Moreira morreu. Há uns quatro anos ainda havia uma casa no fundo do lote e na embaixo da árvore uma placa que indicava: Primeiro Palácio de Goiânia. Hoje nem a placa, nem a casa existem mais. Segundo comerciantes da região, há uns dois anos uma patrola destruiu a casa e por pouco não derrubou a árvore. O locador da área é Deleandro José. Ele montou um estacionamento há quatro meses. Deleandro argumenta que constantemente sofre críticas por conta da Moreira, pelo fato de estar degradada. No entanto, ele descreve que a situação já foi pior.

“Esteve muito pior, a gente veio pra cá era no período de seca, essa árvore estava com todos os galhos secos foi feito um trabalho no pé dessa árvore com calcário, adubamento e aterramento. Hoje a gente está aqui para cuidar e preservar a história de Goiânia”, salientou o comerciante. O comerciante Vanildo de Lima, descreve que depois da instalação do estacionamento a situação ficou menos ruim. “Pra nós moradores aqui foi melhor né, depois que o estacionamento voltou, limpou o terreno. Acabou os postos de mosquito da dengue que tinha, a árvore faz falta sem dúvida, mas o ciclo de vida dela acabou também não foi ruim não, o jeito que está tá muito bom”, declarou.

Outro comerciante, José Belmiro, destaca que na área onde ainda a árvore resiste ficar em pé, eram constantes a realização de crimes. “Ela sempre foi abandonada. Já tem uns 37 anos que eu estou aqui, sempre foi abandonada. O índice de marginalidade era enorme e o que o povo preocupa mais é com a árvore que não está abandonada ela está no canto dela ali. Já houve várias tentativas de estupro, quando fechou isso aqui acabou o problema. Teve melhora de uns 100%”, explicou.

Apesar da melhora dita pelos comerciantes, a Moreira está degradada. Há um grande buraco no meio dela. O primeiro palácio de Goiânia já não mais é imponente, está com galhos secos, escondido atrás de um barracão. A placa indicando a importância histórica já não mais está lá. O fato é que a árvore ainda resiste ao abandono e descaso, mas até quando? (Com informações do Repórter Samuel Straioto)