Na noite desta quinta-feira, dia 10, o técnico Tite vai disputar seu primeiro clássico no comando da Seleção Brasileira. Após um ótimo início no comando da equipe canarinho, com quatro vitórias em quatro jogos, o treinador vai ter um grande desafio para manter o Brasil na liderança das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo 2018: a partir das 21h45, os argentinos (atualmente na 6ª posição) serão os adversários, no estádio do Mineirão.

Em entrevista coletiva, o comandante brasileiro falou da expectativa de enfrentar o grande rival brasileiro pela primeira vez. “Eu não sonhei chegar à Seleção como atleta, palavra de honra. Sempre fui trabalhando por etapas. Eu tinha uma limitação física e sabia que não tinha como chegar a esse nível. Como técnico me preparei muito, avancei as etapas, os erros que cometi, evoluções, estudos, o tempo que fiquei desempregado e fui estudar, pagar o preço para chegar a esse ponto. É um privilégio estar nesse clássico”.

Apesar do começo de trabalho ser animador, Tite fez questão de ressaltar que ainda é cedo para analisar completamente seu trabalho e que considera o confronto de hoje como um desafio. “Quatro jogos é muito pouco para uma análise consistente em cima de um trabalho. É um bom começo, mas é pouco para ter uma opinião formada. No término das eliminatórias teremos algo mais consistente. O desafio é repetir um padrão de atuação em um grande clássico”.

Do lado rival estará a Argentina, comandada por Edgardo Bauza. Tite falou sobre o “reencontro” com “El Patón”, que dirigiu o São Paulo e enfrentou o treinador brasileiro, que era comandante do Corinthians. “Campeão a gente respeita, e o Bauza tem meu respeito. Eu disse isso a ele pessoalmente. O grande trabalho que ele fez o credenciou para estar na seleção, não vejo enfrentamentos individualizados, isso é valorização excessiva dos técnicos. São duas extraordinárias equipes, nós somos componentes delas, mas não somos a essência”.

Fator Messi

“Não se para Messi, assim como não se para Neymar”. Foi assim que Tite respondeu quando questionado se seria possível parar o camisa 10 alviceleste. “Podemos diminuir o número de participações, diminuir ações. O que vou fazer? Não vou dizer”, completou.

Apesar das atenções estarem voltadas para Neymar e Messi, o treinador brasileiro fez questão de destacar a importância do jogo coletivo. “Podemos elencar uma série de jogadores que podem decidir o jogo, porém tem um pré-requisito: a engrenagem tem que funcionar, senão não consigo conceber o craque individualmente. Com o coletivo forte, tu acrescenta Coutinho, Higuaín, Di María, Douglas Costa, Gabriel… Uma série de grandes jogadores com virtudes técnicas para um momento de decisão”.

A importância Neymar (e também de Messi) é inegável, de acordo com Tite. Porém, o técnico fez questão de negar que exista uma dependência da Seleção Brasileira. “Temos que potencializar nossas virtudes, oportunizar o criativo, dar a condição do improviso, da finta, do lance pessoal, para isso acontecer no último terço do campo. Em contrapartida, não se neutraliza craque, mas se diminui ações. Como fazer isso é outra história (risos)”.