Uma história para relembrar e reparar. Esta história é a de quase 26 anos do acidente do césio 137 em Goiânia. Neste processo estão ex-servidores do Consórcio Rodoviário Intermunicipal (CRISA). Eles foram responsáveis por retirar os materiais contaminados e transportá-los para o depósito construído em Abadia de Goiás. Eles reclamam do baixo valor pago a eles, de um salário mínimo e também de diferenciações em grupos de radioacidentados.

Um dos ex-servidores é Teodoro Juvenal Bispo Neto de 62 anos. Ex-servidor do CRISA. Em 1987 foi chamado pelo governo do estado para ajudar a retirar materiais da área contaminada.  Ele reclama de falta de apoio às vítimas por parte do poder público do estado de Goiás. “Nós não queremos saber de ser heróis. Nós queremos um salário descente. Como o governador dá salários para a polícia militar que esteve ao nosso lado e não dá pra nós que descontaminamos Goiânia, carregamos todo lixo e criamos o depósito?”.

Durante a audiência pública, outro ex-funcionário do CRISA, João de Barros reclamava de algumas condições. Ele estava com algumas fotografias da época do acidente em mãos. Ele pede que não ocorra mais distinção entre as pessoas envolvidas no processo. “Nós vimos agora a polícia reivindicando por ato de bravura e tendo mais mérito que nós do Crisa, sendo que fomos nós que trabalhamos, que descontaminamos. O consórcio rodoviária que foi a pedra fundamental para a descontaminação de Goiânia,” defende.

Na audiência também foi cobrada agilidade da Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan) quanto ao pagamento de diferenças relativas ao reajuste da pensão do período de 2008 a 2013. Segundo lideranças, o valor da diferença é de aproximadamente 29 mil reais. O deputado estadual Hélio de Souza (DEM) relata que solicitou ao governo estadual a equiparação de valores pagos entre as vítimas, para que não ocorra distinção como reclamaram os ex-funcionários do CRISA. “Há um entendimento de que todos tenham tido os mesmos riscos. O primeiro passo é para que seja analisada a equiparação salarial entre os grupos de acidentados.  O segundo é a retroatividade da diferença que se encontra já autorizada pelo governo, em tramitação na Secretaria de Gestão e Planejamento, para que seja feito o ressarcimento o mais rápido possível,” afirma.