Fotos divulgadas pela SRT mostra situação de precariedade do HMI (Fotos: SRT/Divulgação)
O procurador Ailton Benedito afirmou nesta terça-feira (30) que não há como recuperar ou higienizar as instalações do prédio onde atualmente funciona o Hospital Materno-Infantil (HMI) em Goiânia. Em entrevista na manhã de hoje, dia seguinte à determinação de interdição da unidade feita pela Superintendência Regional do Trabalho (SRT), ele defende que a estrutura seja desocupada e, em seguida, implodida.
“O hospital está em uma situação de tal degradação que é impossível fazer a devida higienização de todos os seus compartimentos. É impossível. Não existe um prédio que possa receber imediatamente o HMI. Então estas situações têm que ser tratadas de forma emergencial”, pontua. “A implosão daquele prédio é uma providência que deve ser tomada. Nós não temos dúvida disso por todas as perícias que foram realizadas. É impossível a recuperação daquele prédio”, afirma.
De acordo com o procurador, os pacientes em situação de internação ou de emergência continuam sendo atendidos no local, caso o hospital ainda atenda a estes perfis, mas a agência de regulação do município de Goiânia está impedida de fazer novos encaminhamentos para a unidade.
“O que está sendo interditada é a regulação, ou seja, a regulação aqui no município de Goiânia não pode encaminhar novos pacientes para lá, sob pena de que estará violando a interdição administrativa”, explica Benedito.
Nesta segunda-feira (29), fotos foram divulgadas das dependências do HMI, com sinais de infiltração, ferrugem e muita sujeira. A SRT determinou ao governo estadual que apresente um cronograma de desocupação do hospital em até 10 dias. De acordo com a auditora-fiscal do Trabalho, Jaqueline Carrijo, da forma como está, a unidade de saúde oferece diversos riscos aos pacientes.
“Há muitos riscos ocupacionais. Há risco de incêndio, de potencialização de infecções. A falta de higiene ocupacional no Materno Infantil é total. Não tem como fazer limpeza de superfícies. Isso em um hospital de alta complexidade, do tamanho da importância do Materno, é gravíssimo. Risco de degradação de medicamentos em razão da falta de climatização. Não tem climatização porque as instalações elétricas são precárias”, alerta. “Uma coisa é certa: são décadas de abandono”, constata.
A procuradora-geral do Estado, Juliana Prudente, diz que o governo foi formalmente comunicado da interdição apenas na manhã de hoje (30), e que vai ter acesso à toda a documentação para só então se posicionar sobre o caso. “Com certeza será um trabalho em conjunto da Secretaria de Saúde e a Procuradoria na parte jurídica e, se necessário for, outras Pastas entrarão”, esclarece.