O 75º aniversário da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Alimentação e a Agricultura tem um desafio ainda maior em 2020. Segundo a ONU, cerca de 130 milhões de pessoas correm o risco de ficarem à beira da fora até o final deste ano.

Ainda de acordo com a organização, 690 milhões de pessoas já não têm o que comer, ao passo que mais de 3 bilhões não têm dinheiro para fazer uma dieta saudável.

Para tentar frear essa realidade, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou que convocará uma Cúpula de Sistemas Alimentares para inspirar ações em direção à erradicação da pobreza e da fome no planeta, um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2013.

“Em um mundo de fartura, é uma afronta grave que centenas de milhões de pessoas vão para a cama com fome todas as noites. A pandemia de Covid-19 intensificou ainda mais a insegurança alimentar, levando a um nível não visto há décadas”, disse Guterres.

Em entrevista ao Sagres em Tom Maior #121, a especialista em Cooperação Técnica do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA Brasil, Romélia Moreira Souza, descreveu as ações que estão sendo realizadas para erradicar a fome nas Américas.

“Nossa atuação se dá nos 24 países da América do Norte, América Central e América do Sul. Em função da pandemia, o IICA desenvolveu um produto interessante que monitora justamente isso, esses elos dessa cadeia toda de valor. Monitora a produção, a comercialização e o abastecimento, como está isso frente à pandemia. Chama-se Monitor para Segurança Alimentar das Américas”, afirma.

Segundo Romélia, existe uma diferença entre a produção de alimentos e o acesso a eles. “São elos de uma cadeia que envolve produção, comercialização e abastecimento ou distribuição desses alimentos”, argumenta.

De acordo com a especialista, o meio rural precisa estar em sintonia com as novas tecnologias para garantir a produção, como a conectividade e o acesso de mercado. “Hoje o rural requer respostas diferentes do que há 10, 15 ou 20 anos. Nós temos que acompanhar as demandas atuais”, aponta.

Confira a entrevista no STM #121 a seguir